quinta-feira, 23 de julho de 2020

Imobilizado e imbecilizado com Bolsonaro no poder, o Brasil vai para onde?

Com apenas um ano e meio de governo, o presidente Jair Bolsonaro jaz inerte, aprisionado por seus próprios erros. Totalmente despreparado para o exercício do Poder, Bolsonaro desprezou o aconselhamento de aliados de alto nível, como os generais Augusto Heleno, Santa Rosa, Hamilton Mourão e Santos Cruz e o advogado Gustavo Bebianno, preferindo seguir seus filhos irresponsáveis e o guru terraplanista Olavo de Carvalho, mentor ideológico deles.

Este foi seu primeiro gravíssimo erro, porque significou a escolha de ministros de baixo nível, como Ricardo Vélez Rodrigues, Damares Alves, Ernesto Araújo e Marcelo Álvaro Antonio.

Depois, insistiu no erro e perdeu quadros importantes, como Bebianno (Secretaria-Geral), Santos Cruz (Secretaria de Governo), Santa Rosa (Assuntos Estratégicos). E também errou ao colocar o vice Mourão no freezer do Planalto, proibindo-o de receber embaixadores e dar entrevistas sobre o governo. Os outros saíram, mas Mourão é indemissível, absorveu o golpe e deixou o tempo passar.


Ao mesmo tempo em que perdia grandes aliados, Bolsonaro cometia outros erros gravíssimos. Um deles foi atacar a mídia, que sempre apoia governos iniciantes. Mas Bolsonaro preferiu confiar na avaliação do guru virginiano e dos filhos, que lhe convenceram de que a mídia não tem mais força e hoje o importante é dominar as redes sociais.

Resultado: pela primeira vez na História do Brasil, um governo perdeu o apoio de toda a grande mídia logo no início da gestão, muito pior do que aconteceu com João Goulart, que ainda tinha parte da mídia a seu favor, quando foi derrubado.

Outro grave erro foi colocar Paulo Guedes como czar da economia, dando-lhe plenos poderes. O ministro da Economia fracassou desde o início, fez uma reforma da Previdência remendada, que garantiu privilégios da nomenklatura civil e militar, preferindo cortar por baixo.

O pior é que Guedes não tem nenhum planejamento, está perdido em si mesmo, só pensa em desonerar empresas, proteger banqueiros e vender estatais. É um mau brasileiro, deveria voltar ao mercado, para aplicar aqueles golpes nos fundos de pensão que lhe valeram denúncia oficial da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) e até hoje ele não foi prestar depoimento.

Desde o início, a chamada ala militar tentou recolocar o governo nos trilhos, mas o próprio Bolsonaro não aceita sugestões dos aliados. O resultado é um governo imbecilizado e imobilizado, no qual o chefe da Casa Civil, ao invés de tocar o governo na eterna ausência do titular, dedica-se a arranjar um emprego altamente remunerado para a filha.

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