A audácia de Bolsonaro ao desafiar a comunidade científica mundial, ofender os já milhares de mortos e tentar esvaziar o seu próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta —que ele só não demitiu na segunda-feira porque foi peitado por gente ainda sã no governo— não tem equivalente nos anais.
Para piorar, seu estilo de governar, arrogante, despótico e indiferente às consequências, tem sido replicado por vários de seus auxiliares, não por coincidência também autorizados a pontificar sobre assuntos além das respectivas solas.
Com sua vocação para a chanchada, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, por exemplo, criou um problema internacional com uma piada em que comparou os chineses ao Cebolinha. A secretária de Cultura, Regina Duarte, postou um vídeo falso em que o ministro da Saúde parecia autorizar o uso da cloroquina como um elixir mágico contra o vírus —o que Regina Duarte tem a ver com saúde? Em que ciência se basearam tantos ministros para pregar que só os maiores de 60 anos devem se confinar? E, nesse caso, quem autorizou o general Augusto Heleno, macróbio e portador do vírus, a desafiar as autoridades sanitárias e quebrar a quarentena que milhões de brasileiros prudentes estão cumprindo?
É um governo basicamente de amadores. Por isso essas pessoas foram escolhidas para integrá-lo. As exceções um dia se envergonharão de ter participado dele.
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