A dupla francesa se junta a outros economistas do contra, como os americanos Paul Krugman e Joseph Stiglitz, para citar apenas os nomes mais conhecidos, que desafiam a ortodoxia neoliberal e suas “verdades” estabelecidas. A ideia mais chocante para os ortodoxos é a da taxação progressiva de grandes fortunas para assegurar uma melhor distribuição de renda e dar ao Estado os meios de combater as mil maneiras que os muito ricos e as grandes corporações têm de esconder seus lucros imorais. A desigualdade é uma questão moral antes de ser uma questão de economia ou política, ou simplesmente estética, de simetria.
Bernie Sanders tem se saído melhor, nas “primárias” e nas pesquisas de intenção de votos, do que Elizabeth Warren. Tem contra si a idade, quase 80, e o fato de “socialismo”, mesmo que só signifique taxar os ricos e garantir programas universais de saúde, ainda ser palavrão para muitos americanos. Joe Biden, que tem o carisma de uma couve-flor, está subindo nas “primárias” e nas pesquisas e talvez acabe sendo a opção sensata para enfrentar o Trump.
O livro recém-lançado de Zucman e Saez é intitulado “The Triumph of Injustice”, o triunfo da injustiça, um nome perfeito para o que acontece em países como o Brasil, em que a austeridade é um disfarce para o predomínio do capital financeiro, cujo poder persiste através dos anos no que pode ser descrito como um longo, interminável, desfile triunfal.
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