Conforme era esperado, o sonho da Bolsa de Valores acabou. A alta permanente das cotações, que era absolutamente artificial, porque não havia motivos concretos, passou a ser usada pelo governo como uma evidência de que a economia brasileira tinha se estabilizado e agora voltaria a crescer expressivamente, conforme ocorreu no regime militar, quando o Brasil era o país que mais se desenvolvia no mundo, derrotando a Alemanha e o Japão.
Esse raciocínio rudimentar até parece ter fundamento, porque o governo de Jair Bolsonaro tem muito mais militares nos primeiros escalões do que qualquer gestão dos idos da ditadura, quando ocorreu o “milagre brasileiro”, com o PIB crescendo 11% ao ano, de 1968 a 1973.
Naquela época, o êxito do crescimento econômico foi atribuído à criação do Programa de Ação Econômica do Governo (Paeg) na gestão do presidente Castelo Branco (1964-1967), com Octavio Bulhões (Fazenda) e Roberto Campos (Planejamento) comandando a equipe econômica.
O programa incluiu reforma nas áreas fiscal, tributária e financeira, com incentivo a empresas em setores estratégicos, apoio às exportações, estímulo à construção civil e abertura ao capital exterior. Ao mesmo tempo, foram criadas nada mais que 274 estatais, como a Telebrás, Embratel e Infraero.
Na mesma época, surgiu o Banco Central e o governo instituiu o Sistema Financeiro Habitacional, formado pelo Banco Nacional de Habitação, com apoio da Caixa Econômica Federal.
Na tentativa de repetir o êxito administrativo do período 1968/1973), o presidente Jair Bolsonaro encheu o governo de militares, entregou a economia a Paulo Guedes, um dos maiores admiradores de regimes autoritários, que convocou o neto de Roberto Campos. Parecia o plano perfeito, mas não era.
Se tivessem estudado Karl Marx e Friedrich Engels mesmo ligeiramente, Bolsonaro e Guedes saberiam que a Historia somente se repete como farsa. Não é possível fazer reprise…
Os tempos mudaram e o presidente civil Fernando Henrique Cardoso transformou o Brasil numa espécie de laboratório do capitalismo financeiro, ao estimular o “rentismo”, uma expressão criada premonitoriamente por Marx e Engels para denominar o capitalismo sem risco, em que o investidor colhe altos lucros sem criar empresas, gerar empregos e distribuir renda.
À frente do Banco Central, o neto de Roberto Campos conduziu a economia para os juros mais baixos da História Republicana. Com isso, reduziu o crescimento da dívida pública. Como consequência, provocou o fim do rentismo. Acostumados com o lucro fácil, os aplicadores imediatamente mergulharam na Bolsa de Valores, desconhecendo que o mercado tem regras que ninguém consegue derrubar.
Bastou uma queda brusca na cotação do petróleo, uma crise que nem é permanente, pois daqui a pouco os produtores se acertam, acompanhada da contaminação do coronavirus, que também não é permanente, loogo estará superada, e o sonho da Bolsa acabou.
Agora, o próximo sonho a acabar será o de Bolsonaro. Ele quer curtir os bônus do governo nem se envolver com os ônus. Se algum setor não funcionar, a culpa é do ministro.
Esse raciocínio rudimentar até parece ter fundamento, porque o governo de Jair Bolsonaro tem muito mais militares nos primeiros escalões do que qualquer gestão dos idos da ditadura, quando ocorreu o “milagre brasileiro”, com o PIB crescendo 11% ao ano, de 1968 a 1973.
Naquela época, o êxito do crescimento econômico foi atribuído à criação do Programa de Ação Econômica do Governo (Paeg) na gestão do presidente Castelo Branco (1964-1967), com Octavio Bulhões (Fazenda) e Roberto Campos (Planejamento) comandando a equipe econômica.
O programa incluiu reforma nas áreas fiscal, tributária e financeira, com incentivo a empresas em setores estratégicos, apoio às exportações, estímulo à construção civil e abertura ao capital exterior. Ao mesmo tempo, foram criadas nada mais que 274 estatais, como a Telebrás, Embratel e Infraero.
Na mesma época, surgiu o Banco Central e o governo instituiu o Sistema Financeiro Habitacional, formado pelo Banco Nacional de Habitação, com apoio da Caixa Econômica Federal.
Na tentativa de repetir o êxito administrativo do período 1968/1973), o presidente Jair Bolsonaro encheu o governo de militares, entregou a economia a Paulo Guedes, um dos maiores admiradores de regimes autoritários, que convocou o neto de Roberto Campos. Parecia o plano perfeito, mas não era.
Se tivessem estudado Karl Marx e Friedrich Engels mesmo ligeiramente, Bolsonaro e Guedes saberiam que a Historia somente se repete como farsa. Não é possível fazer reprise…
Os tempos mudaram e o presidente civil Fernando Henrique Cardoso transformou o Brasil numa espécie de laboratório do capitalismo financeiro, ao estimular o “rentismo”, uma expressão criada premonitoriamente por Marx e Engels para denominar o capitalismo sem risco, em que o investidor colhe altos lucros sem criar empresas, gerar empregos e distribuir renda.
À frente do Banco Central, o neto de Roberto Campos conduziu a economia para os juros mais baixos da História Republicana. Com isso, reduziu o crescimento da dívida pública. Como consequência, provocou o fim do rentismo. Acostumados com o lucro fácil, os aplicadores imediatamente mergulharam na Bolsa de Valores, desconhecendo que o mercado tem regras que ninguém consegue derrubar.
Bastou uma queda brusca na cotação do petróleo, uma crise que nem é permanente, pois daqui a pouco os produtores se acertam, acompanhada da contaminação do coronavirus, que também não é permanente, loogo estará superada, e o sonho da Bolsa acabou.
Agora, o próximo sonho a acabar será o de Bolsonaro. Ele quer curtir os bônus do governo nem se envolver com os ônus. Se algum setor não funcionar, a culpa é do ministro.
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