Nessa versão, as pessoas destroem a natureza porque "têm fome". Com suas palavras, o ministro tornou-se porta-voz internacional de uma desculpa esfarrapada do seu colega do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Quando quer desviar o foco das queimadas que arderam na Amazônia, Salles fala em harmonizar economia e ambiente, provendo oportunidades para "os "os 20 milhões de pobres que foram deixados para trás na Amazônia —a região mais rica em recursos naturais.".
Ao avalizar desculpas que não se sustentam, Paulo Guedes piora a sua estampa sem melhorar a imagem do Brasil. O mundo representado em Davos está conectado à realidade. Consome informações científicas e acompanha as insanidades que Bolsonaro e seus trogloditas pronunciam.
Maestro da orquestra de cordas de Brasília, Guedes compôs uma partitura harmônica. Inclui a reforma da Previdência, déficit fiscal declinante, inflação sob controle e juros miúdos. Por razões que a sensatez desconhece, o ministro atravessou sua própria música com o ruído do tambor ambiental da gestão Bolsonaro. Por sorte, o fórum de Davos vai até sexta-feira. Se quiser, Guedes dispõe de tempo para fazer soar os violinos.
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