Costa propôs ao Senado a criação de um “órgão independente” para controlar a internet. Pretende liquidar “mídias sociais” que “destroem reputações e disseminam o ódio”.
O senador se esqueceu de definir “mídias sociais” no projeto (PRS nº 56). Nem citou nomes. Só não deixou de lembrar a criação de 24 cargos nessa “instituição” (5) e no seu “conselho multissetorial” (19).
Ao lado, na Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro batalha por uma lei (PL 5358) para “criminalizar a apologia ao comunismo”. Pretende punir quem “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos”, entre eles a foice e o martelo,
O deputado sonha com o impossível, pois “ideias não podem ser assassinadas” — ensinava o presidente argentino Domingo F. Sarmiento (1811-1888), que duplicou o número de escolas e construiu uma centena de bibliotecas públicas no seu país. No caso, uma idealização política inspirada, goste-se ou não, nos Evangelhos e cuja formulação orgânica remonta a Platão, na Grécia Antiga.
Bolsonaro quer proibir, por exemplo, símbolos da China, comunista e dona de 30% da energia, de metade da rede telefonia e com US$ 100 bilhões anuais em comércio com o Brasil.
O senador do PT e o deputado do PSL se encontraram na sedução do autoritarismo. Ficaram caricatos na aposta em censura para impor “ordem” ao século XXI. Podem não ter percebido, mas já foram atropelados pela História.
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