Com a ressalva que ele tem por hábito dar o dito pelo não dito, ou reformar em parte o que disse ou simplesmente a aderir a ideias opostas às que antes defendia, o presidente Jair Bolsonaro parece ter dada como perdida a guerra pelo controle do PSL.
Tem um novo plano: criar um partido para chamar unicamente de seu. Um partido onde ele possa abrigar algo como duas centenas de pessoas à sua escolha para disputar prefeituras nas eleições municipais do próximo ano.
Por se tratar de um partido novo, não terá à sua disposição a fortuna que abarrota o cofre do PSL, alimentada pelos fundos eleitoral e partidário. Por mês, o PSL abocanha cerca de R$ 12 milhões ou um pouco mais. Sem problema para Bolsonaro.
Em compensação, ele não terá dor de cabeça com candidatos a lhe implorarem por dinheiro, por comando de diretórios, por isso e por aquilo outro. A primeira e a última palavra serão dele sobre quem entrará ou não no partido.
Dos que pretendam ser admitidos, Bolsonaro exigirá alinhamento total com suas bandeiras de luta, disciplina e lealdade. Respeito à hierarquia acima de tudo. Em troca, gravará mensagens de apoio aos escolhidos e permitirá que usem a sua imagem. E é só.
Haverá tempo suficiente para criar um novo partido? Bolsonaro acha que sim. Recolherá pela internet o número necessário de assinaturas de eleitores. Para isso usará o seu e o perfil dos filhos nas redes sociais. Advogados cuidarão do resto.
Que o deputado Luciano Bivar, presidente do PSL, fique com o partido que foi o nono de Bolsonaro em quase 30 anos de vida política. Ele irá para o décimo. E se alguma coisa der errada, procurará outro partido ou então criará mais um. Sem problema.
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