sexta-feira, 5 de julho de 2019

Brasil ocupa 99° lugar em ranking de proteção à infância

A vida das crianças e adolescentes em todo o mundo melhorou consideravelmente nos últimos vinte anos, revelou um novo estudo da organização não governamental Save the Children. O Brasil, contudo, é um dos países que registraram avanços mais discretos desde 2000.

O país ocupa a 99ª posição em um ranking de 176 nações sobre proteção à criança elaborado pela instituição. Em relação a 2018, quando ocupava o 93º lugar, pouco mudou.

O Brasil se enquadra atualmente no grupo de países classificados pela ONG como aqueles onde “algumas crianças estão perdendo sua infância”.


Apesar de ser a maior economia da América Latina, está atrás de Cuba, Chile, Argentina, Costa Rica, Uruguai, Peru, México, Equador e outros países no ranking. Também perde para a isolada Coreia do Norte (65º) e a conflagrada Palestina (84º).

O Estado brasileiro demonstrou pouco progresso em sua capacidade de cuidar das crianças. No ranking de nações que mais melhoraram e prosperaram, ficou no 157º lugar.

“Há muitos países na região que melhoraram mais e isso se deve, em parte, à desigualdade social e aos altos índices de violência brasileiros”, explica a VEJA Victoria Ward, diretora da Save the Children para América Latina e Caribe.

O Brasil não é o único a chamar atenção pela violência contra menores. “A América Latina é a região onde as taxas de homicídio infantil são mais altas: setenta crianças ou adolescentes assassinados todos os dias”, afirma a representante da organização.

Em nível mundial, porém, o cenário é de otimismo. Atualmente, há 94 milhões de menores em situação de trabalho infantil a menos do que em 2000, segundo a Save the Children. Nesses dezenove anos, o número de crianças mortas caiu 4,4 milhões, e o de casamentos civis, 11 milhões.

Entre os países com melhores índices de proteção à infância estão Singapura, Suécia, Finlândia, Noruega e Eslovênia. Ao todo, 173 nações apresentaram progresso nos últimos dezenove anos. Apenas Síria, Venezuela e Trinidad e Tobago ficaram de fora da lista, com resultados piores do que os registrados anteriormente.

O avanço na agenda de proteção à criança não é suficiente para superar as mazelas ainda existentes. Cerca de 690 milhões de menores em todo o planeta ainda têm seus direitos mais fundamentais desrespeitados. Esse número corresponde a um quarto das crianças do mundo.

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