A Polícia Federal cercou, por assim dizer, o representante do PSL na Esplanada. Indiciou Mateus Von Rondon, atual assessor especial do ministro; Roberto Silva Soares, ex-coordenador de sua campanha a deputado federal em 2018; e Haissander Souza de Paula, ex-funcionário do seu gabinete na Câmara. Acusou-os de três crimes: falsidade ideológica eleitoral, emprego ilícito do fundo eleitoral e associação criminosa. Encrencaram-se também quatro candidatas-laranja do PSL mineiro.
Restou a Marcelo Álvaro Antônio, mandachuva do PSL de Minas Gerais na ocasião em que verbas públicas irrigaram postulações cítricas, lançar mão de uma desculpa do tipo "eu não sabia". Quanto a Bolsonaro, não há justificativa possível para a demora em afastar o auxiliar. Poderia até ter optado por um afastamento temporário. Mas optou pela única saída inaceitável para um presidente da República: a hesitação.
Segundo o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro não cogita demitir o ministro do Turismo —ao menos por enquanto. Na véspera, ao assumir no Twitter o papel de tradutor das manifestações deste domingo, Bolsonaro resumira a "mensagem" do asfalto para "todas as autoridades". Listou três itens. Eis o segundo: "Combatam a corrupção".
Ao manter o Marcelo Álvaro Antônio no comando do Ministério do Turismo, Bolsonaro perde o nexo. O presidente parece atormentado pela síndrome do que está por vir. No Rio de Janeiro, algumas prestações de contas eleitorais do PSL também exalam um aroma cítrico. Ali, quem preside a legenda é o senador Flávio Bolsonaro, o Zero Um.
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