O clima no Planalto está sufocante. Ninguém quer se meter no assunto, mas fica difícil tirar o corpo fora, porque o assédio da imprensa é absurdo. Na última terça-feira, dia 15, antes do novo escândalo, o ministro Sergio Moro deu longa entrevista à Globonews e falou até sobre o caso de Queiroz, sempre saindo pela tangente, ao repetir a justificativa de Bolsonaro pai. Mas agora esse comportamento não é mais admissível e os jornalistas não aceitarão evasivas. Moro vai ter de fugir dos jornalistas;
Aliás, a situação de Moro está desconfortável desde que elogiou Onyx Lorenzoni, em 6 de novembro, dizendo ter “grande admiração” por ele e minimizando a acusação de caixa 2, ao alegar que o parlamentar gaúcho já havia confessado o erro e pedido desculpas. Depois, surgiram denúncias de que Onyx usou notas fiscais em série da “consultoria” de um amigo para justificar “gastos” de sua cota parlamentar, e isso Moro jamais pode aceitar. É melhor ficar calado.
É claro que a decepção dos generais é imensa. Conseguiram assumir o poder democraticamente, mas o presidente não era bem o que eles esperavam. Na sexta-feira, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, disse apenas que o Bolsonaro considera que o assunto do filho Flávio não lhe diz respeito. Para o general, é duro entrar no jogo político e ter de dar esse tipo de declaração nada verdadeira.
A imagem de Bolsonaro está definitivamente afetada pelo cheque recebido de Queiroz em nome da primeira-dama. Mas isso não significa que o governo acabou. Pelo contrário, está apenas começando.
O que vai acontecer é que Bolsonaro terá de se recolher à sua insignificância, permanecendo à frente do governo apenas de forma representativa, para deixar os militares exercerem o poder em sua quase plenitude.
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