O levantamento da Agência Federal de Empregos da Alemanha, divulgado no sábado pelo jornal Rheinische Post, demonstra que o número de alemães que recorrem a subempregos aumentou em 50 mil em apenas um ano. O estudo foi realizado a pedido de parlamentares do partido A Esquerda.
Na Alemanha, um país que se orgulha de seu baixo índice de desemprego, a quantidade de pessoas que possuem trabalhos regulares mas recorrem aos "mini-empregos" para complementar seus rendimentos aumenta em número significativo.
Na última quarta-feira, um relatório divulgado pelo Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis) afirmava que 20% dos alemães estão ameaçados pela pobreza, enquanto o custo de vida aumenta em ritmo bem mais rápido do que os salários.
A reportagem do Rheinische Post afirma que, apesar da introdução do salário mínimo na Alemanha em 2015, os empresários continuam a obter vantagens com a isenção tributária sobre os trabalhos de remuneração menor do que 450 euros mensais.
Em março deste ano, 7,5 milhões dos 32,7 milhões de empregos que pagam contribuições para o sistema de bem-estar social foram classificados como subempregos. Isso representa um aumento de 35% em comparação com os números registrados há 15 anos. Além disso, cerca de 8,5% (2,8 milhões) das pessoas que possuem emprego em tempo integral também recorrem aos "mini-empregos", o que corresponde a um milhão a mais do que há 10 anos.
Os subempregos prevalecem especialmente entre os aposentados, cujos rendimentos mal cobrem suas despesas. Nos últimos seis anos, o número de pessoas nessas condições aumentou em 27%.
"O número de mini-empregos aumenta enquanto os trabalhos regulares estão sendo substituídos", afirmou a parlamentar Susanne Ferschl, do partido A Esquerda, cuja bancada de parlamentares no Bundestag (Parlamento alemão) requisitou a realização da pesquisa.
"As pessoas com nível de educação mais alto e que trabalham em subempregos não conseguem viver de seus rendimentos e dependem da ajuda do governo. O Estado, então, subsidia empresas que economizam em salários através dos mini-empregos", afirmou Ferschl.
Atualmente, o salário mínimo na Alemanha é de 8,84 euros por hora trabalhada, devendo ser aumentado para 9,35 euros em 2020. O ministro alemão do Trabalho, Hubertus Heil, defende que, após o novo valor passar a valer, o mínimo deve ser aumentado para 12 euros por hora num prazo mais curto.
Deutsche Welle
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