sábado, 6 de outubro de 2018

Silêncio do escárnio

Há um silêncio que perpassa toda essa mixórdia eleitoreira. E vai soar ainda muito. Não troarão as manifestações polarizadas, as palavras de ordem dos cabos eleitorais, os debates (?) na mídia. O que não passa nem passará será o silêncio de, e principalmente sobre, Dilma Rousseff. É uma das facetas dessa tal democracia à brasileira que adora abrir brechas na lei para coroar a bandidagem.

Em nenhum país de tanto orgulho democrático essa aberração seria sequer aventada. Mas aqui tudo pode e tem as bençãos escrachadas da Justiça, de duas caras e duas medidas, e os comparsas de sempre, inclusive togados.


A ex-presidente, condenada com o impeachment pelo Congresso por uma contabilidade fiscal de levar qualquer multinacional à bancarrota, e bem mais facilmente um país ao buraco, foi agraciada pelo jeitinho jurídico do ministro do Supremo, Ricardo Lewamdovsky, na camaradagem. O crime de ficha suja foi limpo com o pano de chão do escárnio e a ex, que inevitavelmente terá que enfrentar processos no futuro, será agraciada com a toga senatorial. Esse prêmio que exibirá com glória e aplausos camaradas depois de estuprar o país com sua incompetência gerencial e inconsequência.

É mais um escárnio com o país, em particular os pobres, os mais atingidos pela roubalheira dilmista. São essas mesmas vítimas que servem de estampa para as bandalheiras. E como a propaganda eleitoral não pode ser condenada no Procom, ainda se continuará a ouvir do Parlamento as atrocidades do poste que, em quase duas gestões, deixou o país na maior de suas crises econômicas.

Luiz Gadelha

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