sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Feios, brutos e malvados

Semana passada decidi que ia dar um tempo em esculachar os políticos e os partidos porque aprendi com Manuel Castells que a luta agora não é mais esquerda X direita, mas entre partidos democráticos, ainda que corruptos, contra o extremismo autoritário. Mas, com o Supremo estourando salários e soltando bandidos, a Câmara arrebentando o Orçamento, não dá para aguentar. São eles que estão abrindo caminho para o extremismo autoritário.

Rita Lee cantava em “Ôrra meu!” que roqueiro brasileiro sempre teve cara de bandido, mas atualmente eles parecem ursinhos carinhosos diante da galeria tenebrosa dos políticos estrelada por figuras como Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e Valdemar Costa Neto. Qual o mais assustador?

Oscar Wilde tinha razão ao dizer que “só os espíritos levianos não julgam pelas aparências”. Cada um tem a cara que merece. Não baseada em ideais de beleza, mas como reveladora da personalidade e do caráter. Olhem bem para Temer e Crivella. Maluf e Garotinho. Jader Barbalho, Waldomiro, Picciani, quem vê cara, vê muito mais do que coração. Contra esses, nem é preciso provas: está na cara.

A Lava-Jato e a sua galeria de bandidos dariam razão ao famoso médico e criminologista italiano Cesare Lombroso, que defendia que a aparência de criminosos não engana. As caras não mentem. As fotos dos parlamentares investigados que os jornais publicam diariamente mais parecem um painel de procurados pela polícia. Quem bate os olhos não tem dúvidas. Tem medo. Gim Argello, André Vargas, Vacarezza. É a feiura interior se revelando nas máscaras desses vilões.

Todo mundo já viu aquela foto de deputados no plenário vibrando e comemorando alguma votação que ganharam. Chega a dar medo. Punhos cerrados no ar, bocas escancaradas em gritos selvagens, barrigas para fora dos paletós, olhos esbugalhados, cabeleiras mal pintadas, que gente feia, meu Deus! Dizem que eles são os representantes do que somos, que cada povo tem o Congresso que merece. Pode até ser, mas nós não somos tão feios.

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