Ficha-suja, Lula desafia a lei com uma candidatura fictícia. Reformador, Ciro acena com a devolução de procuradores e juízes para suas ''caixinhas''. Abraçado ao centrão, Alckmin adere à pregação segundo a qual a ''criminalização da política'' afasta da vida pública muita gente boa. Ministro de Temer, Marun sugere que o programa de Meirelles inclua uma ''anistia'' para a delinquência do caixa dois. A campanha de 2018 exala um cheiro de orégano.
Desmoralizados, os grandes partidos apostam na confusão. Impossível distinguir a olho nu direitistas de esquerdistas. Jogados num tanque de lama, personagens como Aécio, agora candidato à Câmara, e Lula, autoconvertido em plataforma de lançamento de postes, deslocam suas massas na mistura viscosa entoando o mesmo lero-lero da ''perseguição''. Esperneiam de maneira idêntica.
Beneficiados por regras viciadas que eles mesmos aprovaram, sujos e mal lavados se equipam para transformar a próxima legislatura num espetáculo de mais do mesmo, seja quem for o presidente da República. Políticos de todos os grandes partidos ensaiam um coro contra a prisão de larápios condenados em segunda instância. Ninguém disse ainda, talvez por medo, mas há uma pizza no forno. Está cada vez mais difícil evitar que assem a Lava Jato.
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