Não sei se a frase dita por Gianni Barbacetto reflete, exatamente, o que acontece em nosso país. Todavia, de muitos anos para cá, ficou evidente que a política por estas bandas se transformou em eficiente meio para fazer negócio. Esqueceu-se de que “a arte de governar, segundo Thomaz Jefferson, consiste, exclusivamente, na arte de ser honesto”. São várias as causas dessa repulsiva distorção. Nosso sistema eleitoral é uma delas. Está na cabeceira. No início, usava-se, à vontade, o caixa 2 para se eleger. E ninguém contestava, apesar do desrespeito à essência do regime democrático. Só se elegia o candidato que dispunha de mais dinheiro. E isso ainda poderá ocorrer em 2018.
Era assim o paradigma adotado por qualquer político. As eleições foram encarecendo ao longo do tempo, e o caixa 2, que antes não era crime, já não bastava. Era necessário ir além. Afinal, na política, tudo era válido. Grassou, então, a propina, custeada por dinheiro público. Vários partidos políticos, obviamente acompanhados pelos eleitos, aparelharam empresas públicas e, por meio dos cupinchas que nomeavam para tocar sua gestão, desviaram bilhões de reais. Parte ia para os partidos (ou para seus donos) e para candidatos de sua preferência; parte ia para o bolso dos cupinchas, que enriqueciam criminosamente. Os depoimentos de executivos da Petrobras que fizeram delação premiada jamais serão apagados de nossa memória.
O que ocorre aqui acontece em outros países. Portugal, por exemplo, tem sua operação Lava Jato, não tão extensa, nem tão profunda, pelos valores que ela envolve. Chama-se “operação Marquês”. Há poucos dias, o Ministério Público denunciou o ex-presidente José Sócrates (2005-2011). A acusação contra ele – a de ter transformado seu gabinete num balcão de negócios – tem mais de 4.000 páginas. Pretende-se recuperar por lá, pelo menos, € 58 milhões. A operação portuguesa, segundo o colunista Mathias de Alencastro, da “Folha de S.Paulo”, “chega num momento em que Portugal atravessa sua melhor fase desde o começo do século: o crescimento do PIB atinge números históricos, e a classe política reconquistou uma imagem positiva. E, talvez ainda mais importante, a credibilidade das instituições, que se destacaram por sua discrição, permanece intacta”.
A operação de Portugal, que transcorre com discrição, lembra o que disse o advogado Técio Lins e Silva no artigo “Advocacia em tempo de cólera” (“O Globo”, 29.10.2017): “É inaceitável a alegação, falsa, de que o necessário combate à criminalidade, especialmente a que assalta os cofres públicos, exige a flexibilização de direitos”.
E é só!, diria o saudoso Ariosvaldo de Campos Pires.
Era assim o paradigma adotado por qualquer político. As eleições foram encarecendo ao longo do tempo, e o caixa 2, que antes não era crime, já não bastava. Era necessário ir além. Afinal, na política, tudo era válido. Grassou, então, a propina, custeada por dinheiro público. Vários partidos políticos, obviamente acompanhados pelos eleitos, aparelharam empresas públicas e, por meio dos cupinchas que nomeavam para tocar sua gestão, desviaram bilhões de reais. Parte ia para os partidos (ou para seus donos) e para candidatos de sua preferência; parte ia para o bolso dos cupinchas, que enriqueciam criminosamente. Os depoimentos de executivos da Petrobras que fizeram delação premiada jamais serão apagados de nossa memória.
O que ocorre aqui acontece em outros países. Portugal, por exemplo, tem sua operação Lava Jato, não tão extensa, nem tão profunda, pelos valores que ela envolve. Chama-se “operação Marquês”. Há poucos dias, o Ministério Público denunciou o ex-presidente José Sócrates (2005-2011). A acusação contra ele – a de ter transformado seu gabinete num balcão de negócios – tem mais de 4.000 páginas. Pretende-se recuperar por lá, pelo menos, € 58 milhões. A operação portuguesa, segundo o colunista Mathias de Alencastro, da “Folha de S.Paulo”, “chega num momento em que Portugal atravessa sua melhor fase desde o começo do século: o crescimento do PIB atinge números históricos, e a classe política reconquistou uma imagem positiva. E, talvez ainda mais importante, a credibilidade das instituições, que se destacaram por sua discrição, permanece intacta”.
A operação de Portugal, que transcorre com discrição, lembra o que disse o advogado Técio Lins e Silva no artigo “Advocacia em tempo de cólera” (“O Globo”, 29.10.2017): “É inaceitável a alegação, falsa, de que o necessário combate à criminalidade, especialmente a que assalta os cofres públicos, exige a flexibilização de direitos”.
E é só!, diria o saudoso Ariosvaldo de Campos Pires.
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