Apesar de todo discurso de austeridade, o governo federal continua aumentando o quadro de pessoal, segundo dados divulgados pelo Ministério do Planejamento nesta quinta-feira, 24. Pelos dados do Painel Estatístico de Pessoal (PEP), liberado sem nenhum alarde, a força de trabalho de servidores ativos do Executivo, excluindo os cedidos, colaboradores e estagiários, passou de 581.098 para 588.187 de janeiro a julho deste ano, ou seja, um aumento de 7.089 pessoas em sete meses.
Esse número é bem maior do que os 4,2 mil cargos extintos do grupo de Direção e Assessoramento Superior (DAS) recentemente pela pasta. “A política é não fazer mais concurso. Mas foram incorporados nesse período pessoas de concursos que estavam vigentes e que ainda estão em vigência e, por esse motivo, estão em andamento”, informa o Ministério do Planejamento, por meio de sua assessoria.
Apenas em julho, foram adicionados à folha 1.728 servidores aprovados nos certames, conforme dados do PEP. O órgão informa também que boa parte desse aumento no quadro se deve à autorização, no ano passado, para as universidades federais nomearem aproximadamente 21 mil professores equivalentes. As instituições podem fazer as nomeações de acordo com a demanda de cada uma, sem que o Planejamento possa interferir nessas contratações.
Outro dado do Painel interativo chama a atenção: o total de servidores ativos, incluindo cargos comissionados, que chegou a 635 mil em julho. Esse montante, se somado com o pessoal aposentado e com os beneficiários do fundo de pensão, chega 1.270.516 pessoas, ou seja, um aumento de 3.646 sobre o contingente de abril. O Planejamento reconhece que, apesar das iniciativas para conter os gastos, evitar concursos e cortar cargos comissionados, os esforços não estão sendo suficientes para reduzir as despesas com pessoal, que somaram R$ 166,1 bilhões de janeiro a julho e, no acumulado do ano, devem superar o gasto de 2016 em R$ 26,7 bilhões.
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