Fêmeas buscavam proteger suas crias e conseguir a proteção de um macho dominante. E, ainda, havia deuses que infligiam castigos, como raios, trovões, frio mortal e seca implacável.
O mundo mudou. Hoje, a caça é o dinheiro. Fêmeas aprenderam a caçar, domamos a escuridão, explicamos fenômenos climáticos, nos socializamos... Será? Ou, cada vez mais, cada um vive na sua?
E você, malcasado, endividado e insatisfeito com tudo. Seu mundo próprio é a janela de aplicativos ou redes de paquera na internet?
O que antes era platônico e romântico hoje é virtual e na tela (janela) de seu quarto. Não há pecado, e essa fuga toda noite te ajuda a voltar ao presídio da vida rotineira e mal-humorada.
No quarto ao lado, o adolescente tem seu mundo conflitivo. Mas, hoje, pode, na tela de seu game, despejar sua agressividade, seu descontentamento com os adultos, sua oposição ao mundo, por meio de seus jogos violentos, matando adversários, transgredindo, usando redes para detonar, exibir e se destacar. Antes, as brigas de esquina ou de escola; hoje, ataques cibernéticos que resultam em suicídios ou na exibição de nudes e de sexo para todo o universo online, numa cicatriz que nunca será revertida.
O certo é que podemos, a cada dia, escolher a melhor ou a pior realidade. E, ao jogarmos para dentro da mente, os pensamentos, os sentimentos e os desejos resultantes dessa escolha, definimos nossos humor, estresse, felicidade, relaxamento, medos, e por aí vai.
Cada um de nós é o único responsável pela realidade e pelo mundo que se opta viver. Mas adoramos criar culpados: cônjuges, familiares, colegas de trabalho, vizinhos e políticos em geral. O “outro” é sempre a desculpa, a justificativa, para transformarmos a existência num inferno, pois viver bem requer, antes de mais nada, parar de reclamar e agradecer a experiência de cada novo dia. Semeie sem esperar a colheita.
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