E o país como fica? Não fica por mais que cantem as sereias nos comentários econômicos. O rombo gigantesco e o roubo astronômico minaram os alicerces, já fragilizados, do Estado. Os ganhos dessas reformas serão queimados lentamente só como entulho para cobrir o poço sem fundo até que se resolva uma mudança sem privilégios.
Quem se lembra do golpe “Ouro para o bem do Brasil”, promovido em 1964 pelo grupo Diários Associados de Assis Chateaubriand, gerando ouro para o país sair da crise? Os doadores recebiam diploma de “Doei ouro para salvar o Brasil”. Ainda hoje ninguém sabe o que se fez com os 400 quilos de ouro e cerca de meio bilhão de cruzeiros, ninguém viu para onde foram.
Estaremos pouco mais de 50 anos depois revivendo um outro, ou triplo, golpe de sacrifício para recompor a destruição dos governos passados?
Sempre se doutrinou a população sobre a Previdência como um pecúlio, em menos de um ano já não é mais. É agora taxa imposta a quem trabalha para sustentar os mais velhos, quando pararem de trabalhar. São agora gerações de hoje que pagam a velhice aposentada e assim sucessivamente pelos séculos. Mudam as fórmulas, mas a administração continuará a mesma de privilégios com os de menor renda sustentando os palacianos. Se não é modelo medieval, cheira.
As falas governamentais são mais apocalípticas do que o próprio Apocalipse. É o “Ou dá ou desce” imperativo, nada democrático de vastas discussões entre a população. Quem de direitos garantidos decide sobre o direito de milhões como deuses de um Olimpo em ruínas. Tudo com o aval de um mercado dono do dinheiro a se impor como proprietário também das gentes.
Luiz Gadelha
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