O filme foi redescoberto pelo site jornalístico holandês The Correspondent e compartilhado com o jornal britânico The Guardian, que publicou reportagem a respeito na última terça-feira.
Mesmo com o conhecimento do problema, a Shell foi uma das empresas que mais se esforçaram para minar a meta de evitar as mudanças climáticas perigosas neste quarto de século: até 1998, participou de uma organização de empresas que fez lobby para disseminar o negacionismo climático; é uma das principais investidoras no petróleo ultrapesado (e ultrasujo) das areias betuminosas canadenses; e, até 2016, liderava os investimentos em busca de petróleo no Ártico.
“Vejo como até hoje eles defendem teimosamente o uso de gás natural durante as próximas várias décadas, apesar de evidências claras de que os combustíveis fósseis precisam ser eliminados completamente”, disse ao Guardian Jeremy Leggett, o geólogo que cunhou a expressão “bolha de carbono” para se referir aos combustíveis fósseis que terão de ser deixados no subsolo se a humanidade quiser cumprir as metas do Acordo de Paris. “Eu sinceramente acho que essa empresa é culpada de uma forma moderna de crime contra a humanidade.”
A Shell não é a primeira companhia a concluir uma coisa sobre as mudanças do clima e agir no sentido oposto. Muito mais grave foi o caso da americana Exxon, que desde a década de 1970 sabia dos riscos representados pelas mudanças do clima – segundo conclusões dos próprios cientistas da empresa. Mesmo assim, a petroleira foi a maior financiadora de ataques espúrios à ciência e aos cientistas do clima durante décadas. Hoje ela é alvo de inquérito na Justiça dos EUA por ter enganado o público.
O ex-presidente da Exxon, Rex Tillerson, é hoje secretário de Estado dos EUA, responsável pelas posições do país nas negociações internacionais de clima.
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