Talvez seja, como todos nós, um pouco filósofo, que é aquele que procura refletir com sabedoria sobre tudo e, por isso mesmo, leva a alcunha, não raras vezes, de indivíduo esquisito ou excêntrico.
Hoje, seja no jornalismo ou fora dele, o que mais se faz é filosofar. Que acontecerá ao país depois que se revelar tudo sobre a operação Lava Jato? Quantos, finalmente, serão atingidos? Em qual proporção? Como se fará para se separar o joio do trigo? Alguém sabe?
De uma verdade ninguém duvida: desfechada pelo Ministério Público Federal, com o eficiente auxílio da Polícia Federal, mas, principalmente, com a determinação do juiz Sergio Moro, que é seu verdadeiro protagonista, a operação Lava Jato precisa ser transformadora, depois de desvendado o maior escândalo da história do Brasil.
Ou seja: Sergio Moro não pode terminar, amanhã, sozinho e apenas como reconhecido protagonista de um roteiro que não deu certo. Capaz de enfrentar os melhores advogados do país, pagos regiamente, como aconteceu, numa de suas últimas audiências, com o advogado do ex-ministro Antonio Palocci. Ao dizer ao juiz que discordava da pergunta porque “a testemunha não pode achar nada, nada opina, não vou aceitar essa violência”, o advogado José Roberto Batochio ouviu a seguinte resposta: “Faça concurso para juiz e assuma, então, a condução da audiência, mas quem manda na audiência é o juiz”. Moro precisa de mais. Precisa do apoio do STF e, mais que tudo, leitor, do seu.
Decorridos três anos do Posto da Torre, em Brasília, até hoje, a Lava Jato, talvez pela demora, talvez pelo processo coberto de recursos, talvez pela dificuldade de obtenção de provas definitivas, tem demonstrado que não acabará tão cedo. Essa demora não pode provocar cansaço, nem prejudicar o caminhar do país, nem agilizar a morte de empresas, nem impedir a retomada do desenvolvimento ou a criação de empregos (o desemprego é o lado mais cruel da crise). Não pode, de modo nenhum, fazer crescer o véu de pessimismo que o encobre.
Oxalá deixássemos de lado todas as ideologias, todas as crenças individuais, todas as diferenças, em favor de um pensamento único e capaz de aglutinar, doravante, gente disposta a trabalhar, em todo e qualquer cargo público, por nosso maior bem – o bem comum.
É por aí, pelo bem comum, que se transforma um país.
Haja esperança!
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