sábado, 25 de março de 2017

Carne podre e envenenada

Sempre disse: o Brasil chegou ao máximo que pode chegar – como nação e como civilização. Não estamos diante do abismo, estamos diante da linha de chegada. Construímos em 517 anos uma civilização regressista, atrasada, que, como dizia o Darcy, prefere construir presídios a escolas decentes para a juventude. Uma civilização incapaz de oferecer saúde, transporte, segurança a uma população espoliada: ou está desempregada ou está empregada pagando impostos para manter uma máquina estatal mastodôntica.


Um país onde todos – podendo - roubam. Somos campeões em atraso educacional e cultural. Vivo em Brasília, a capital da República dos Balangandãs, cuja vida cultural não tem a altura do meio-fio. Uma cidade de um único jornal, de baixa qualidade. Pouco saio – prefiro ficar em casa lendo (livros), ouvindo música e escrevendo. Meus filhos acham que devo fazer exercícios, mas onde? Outro dia fui a uma academia perguntar o valor da mensalidade, horários – quando ouvi uma música tipo bate-estaca, altíssima, que, segundo a jovem que me atendia, estimula os exercícios. Agradeci – e fui embora. Ficar uma hora numa esteira, como se fosse um hamster, e ser obrigado a ouvir aquela música – jamais!

Agora essa: carne podre, envenenada e misturada a papelão. Bem, o Velhote do Penedo não come carnes vermelhas, nem determinados embutidos. Come carne branca: peixe e peito de frango. Agora terá que corta o peito de frango. Empresas enormes, multinacionais e servidores públicos (fiscais) – uma quadrilha poderosa, em grana e abrangência encarregava-se de envenenar silenciosamente a população. Que fazer com essa gente? Defendo prisão perpétua. Ontem, a justiça soltou a mulher do Sérgio Cabral – amanhã vão soltar o próprio, duvidam?

O que me impressiona é que, mesmo diante da Lava Jato, as quadrilhas brotam em todos os escaninhos da vida brasileira – quadrilhas que acham que nunca serão pegos. Outro dia, conversei com um administrador de uma universidade privada. No momento em que as universidades caem aos pedaços, estão arruinadas, as universidades privadas vão bem com a grana que recebem dos alunos, via Fies e Prouni. Ou seja, ao invés de bancarmos as universidades públicas, facilitamos a vida das universidades privadas – usando um truque ideológico: com o Fies e o Prouni os jovens pobres puderam fazer o ensino superior, afirmam os ideólogos. O que fazer?

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