Pela reação da presidente do Supremo e do ministro da Justiça, tem-se a impressão de que eles não sabiam de nada sobre o que acontecia nos presídios brasileiros.
A presidente do Supremo correu para Manaus e reuniu juízes e promotores para saber onde estão as falhas do sistema: estamos prendendo demais, soltando de menos ou deixando a execução penal a cargo das organizações criminosas?
O ministro da Justiça, chamando os chefes das organizações criminosas de “lideranças”, anunciou, com pompas, a montagem de um grupo especial para monitorar os presídios, dando ênfase ao trabalho de Inteligência. Isso já é feito há anos no Distrito Federal. As outras unidades não o fazem porque não querem.
Enquanto isso, os lobistas já começaram a vislumbrar oportunidades de negócios, a partir dos recursos que serão liberados em tempos de vacas magras.
Será que pacientes dos hospitais públicos vão ter de começar a arrancar as cabeças uns dos outros para o governo iniciar uma mobilização com o objetivo de resolver o caos na área de saúde?
Espera-se que o dinheiro não seja desviado quando se aplacar o clamor das instituições internacionais e a população brasileira esquecer o episódio.
Miguel Lucena
Nenhum comentário:
Postar um comentário