domingo, 22 de janeiro de 2017

A diva do feminicídio

Como se sabe, índio quer apito e socialista quer dinheiro. Com o desalojamento do PT do poder central, a fonte secou. Claro que a nobreza petista continua milionária – afinal, foi mais de década de belos rendimentos –, mas os companheiros são prevenidos e pensam no futuro. O jeito de tentar retomar a linha direta com o bolso do contribuinte é recauchutar o conto de fadas. Prepare-se, porque doravante no Brasil cada enxaqueca será de direita – e os heróis da resistência democrática se oferecerão, limpinhos, para salvar você desse pesadelo.

A frase inicial deste texto não é uma piada. Ou melhor: é uma piada. Mas foi pronunciada, escrita e vociferada por uma série de indivíduos que pretendiam ser levados a sério. Vamos citar apenas um desses indivíduos – que por sua elevada carga simbólica resume o bando inteiro: Dilma Rousseff.

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Você pode não estar ligando o nome à pessoa, mas estamos aqui para ajudá-lo. A Sra. Rousseff, segundo registros confiáveis e impressionantes, presidiu a República Federativa do Brasil por cinco anos e uns quebrados – e foram justamente os quebrados que puseram fim ao seu incomparável reinado. Os quebrados, os falidos, os vilipendiados e os esfolados se uniram para convidar a diva da Lava Jato a cantar em outra freguesia. Ela foi. E de lá vem entoando coisas do tipo: “É intolerável que o machismo encontre eco no pensamento conservador e justifique o feminicídio”.

Sabem o que a diva do petrolão está fazendo, com a sutileza de uma baleia? Transformando a dor e o sangue de pessoas que ela nem conhece em investimento político-ideológico. Convertendo tragédia em proselitismo – com fins lucrativos. Os urubus estão sobrevoando a cena chocados, sem coragem de se aproximar.

Quem fez um sobrevoo tranquilo foi o melhor amigo da diva, Fernando Pimentel – indo buscar seu pimpolho numa festa de Réveillon com o helicóptero do estado. A Sra. Rousseff, nova cronista da vida alheia, bem que poderia fazer um paralelo com essa família feliz, progressista e solidária, na qual papai ajuda os filhinhos e não ataca ninguém – só os cofres públicos, que ninguém é de ferro. Escreva aí, companheira: enquanto o sangue corria em Campinas, seu amigo chupava sangue em Minas.

Sejamos justos: não é correto afirmar que Fernando Pimentel chupou o sangue dos mineiros. Na verdade, ele chupou o sangue dos brasileiros – ao lado da cronista do feminismo. É o que indicam os investigadores da Polícia Federal. Suas consultorias imaginárias e suas aventuras no BNDES foram uma modesta contribuição com as obras completas da amiga de fé e protetora incondicional, a senhora do petrolão – que presidiu a devastação da economia nacional em tempo recorde. O “pensamento conservador”, seja lá o que isso signifique, precisará de um exército inteiro para alcançar a eficácia da diva do feminicídio.

Depois os brasileiros reclamam que são roubados à luz do dia. Enquanto gente que deveria estar presa puder ficar por aí fazendo demagogia politicamente correta com a dor alheia, sem sequer passar vergonha por causa disso, tudo será permitido. Ratazanas que sugaram bilhões da Petrobras se apresentam como paladinos da moral e procuradores das causas humanitárias, numa boa. E fazem escola, liderando uma patrulha surrealista contra o inimigo imaginário – o homem branco, os conservadores, o monstro neoliberal do Lago Ness, tanto faz. Como disse o companheiro Delúbio quando o mensalão foi descoberto: “É uma conspiração da direita contra o governo popular”. Com essa fantasia, o bloco dos sujos continuará batendo a sua carteira sem perder a ternura – e o rebolado.

A não ser que você pare de dançar conforme a música deles. Que exponha os contrabandistas intelectuais ao ridículo que lhes é intrínseco. Que acabe com esse papo de guinada conservadora para justificar um projeto parasitário. Conservador é quem usa retórica e ideologia para conservar bocas e tetas. Desafie os gigolôs da bondade a ver quem sobreviverá melhor quanto maior for a liberdade. Cumpra o seu dever cívico: desmascare um progressista gourmet. Antes que seja tarde.

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