A busca pelo gatinho bonitinho, este ser que parece dependente, mas cheio de vontades próprias, aos poucos virou uma síndrome. Há uma falta gritante de empatia, que provoca qualquer chance de alcançá-la uma necessidade. Não precisamos de alguém que trabalhe em conjunto, mas que precise ser cuidado por nós. O gatinho fofinho está em qualquer esquina, aguarda adoção. Até crescer e tornar um animal que ache que nós precisemos ser cuidados.
É uma mistura de carnaval com UFC. A fantasia foi trocada. O lobo se veste de gato, emana um sorriso e finge guiar um bando de Alices perdidas. Senhor, há tanto em jogo que não devemos rezar “Pai nosso”, mas sim a oração de São Jorge. Porque o Mal ronrona e afia as garras escondido. A imagem é mais importante que o conteúdo. Em algum lugar, McLuhan se desespera em ver que sua teoria, supostamente ultrapassada, mutou em uma quimera midiática.
Queremos um gatinho fofinho com a voracidade de um tigre. Sorria para nós e destrua nossos opositores, amém. Fora a imagem, não há meio termo.
No turbilhão da melancolia, fico os gatinhos fofinhos de verdade. Os felinos merecem nosso apreço. Os humanos, não. Quando acordarmos do país das pretensas maravilhas, talvez descubramos. Enquanto isso é o momento de guardar nossas nove vidas. Vamos precisar.
Daniel Russell Ribas
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