Estamos falando de crianças de 13 anos que pela faixa etária deveriam saber escrever e interpretar a realidade, amar a escola! Estamos falando de uma geração que deveria ter noção básica de direito, ética, valores humanos, bem público…
Biblioteca da escola em Goiânia incendiada pelos alunos |
O axioma é bem claro, embora os erros ortográficos não deixem dúvida do movimento catártico que denuncia uma tensão entre prazer, dor e tragédia.
Por mais contraditórios, os atos de vandalismo e ignorância denunciam que quando a educação fracassa só resta fazer justiça com as armas que se tem: a violência física. A destruição da escola projeta autodestruição das possibilidades de estudar e crescer. Me permito, como educadora, abstrair kantianamente a realidade política partidária. Não quero, ao menos por um minuto, culpar governo A ou B, porque não quero simplificar o que é dolorosamente complexo por envolver fatores múltiplos.
Meu desespero como educadora e cidadã visa encontrar uma saída. Não podemos continuar fechando os olhos para o fato que estamos fracassando como seres humanos! Precisamos pensar no futuro de um país em que crianças analfabetas mandam sinais de que sua autonomia futura está ameaçada e que estão se autodestruindo frente à irresponsabilidade de um conjunto de autoridades!
Sim, esta responsabilidade é social, minha, sua, das instituições. Não podemos fechar os olhos! Basta de assistencialismo ou culpabilização “do outro”. A responsabilidade é conjunta!
Silvia Zanolla, professora da Universidade Federal de Goiás Núcleo de Estudos em Educação, Violência Infância, Diversidade e Arte
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