Tempos esquisitos. Não sei se conta a pessoa acabar de perder o pai e a mãe e alguém vir confortá-la afirmando que “isso passa” e outras beatitudes e formalidades. Resumindo: não se questiona com razões, questões de fé, da mesma maneira que não adianta apelar para o civismo e para a cidadania, quando sabemos que estamos diante de um bando de ladrões em plena atividade parlamentar. É do jogo, como diria o próprio presidente Temer, que vem me ensinando algumas aulinhas de bom senso e tolerância.
Eu só acho que o abismo que nos olha tem nome, sobrenome e endereço certo. Não fomos nós que o parimos e o alimentamos; pelo contrário. Somos um povo até bastante tolerante com tudo o que está acontecendo no país. A estrondosa roubalheira capitaneada por todos estes homúnculos vem merecendo uma resposta rápida e contundente do poder público, antes que o sapato seja usado para abater estes salafrários todos. E haja sapato.
Continuo a brandir a diferença entre uma convicção e uma constatação. Por convicção sou contra a violência, seja ela uma sapatada, um tiro de canhão ou toda essa vigarice institucionalizada. Por constatação, no entanto, penso que só podemos pedir respeito às leis, às instituições, ao governo, à sociedade e à classe política, quando estes agentes da vida pública se fazem respeitar perante o conjunto de indivíduos a que estes deveriam representar. O resto é guerra.
É evidente que temos que ser a turma do “deixa disso”. Os bombeiros da nação exausta. Os “médicos sem fronteiras” dessa doença chamada Brasil. O problema é justamente a demora das soluções. A disparidade de versões. As avarias de julgamento. É muito bonito oferecer flores aos combatentes, mas não somos nós que sentimos o cheiro da morte em confrontos estúpidos. Não fomos nós que optamos pelo fim da civilidade em suaves prestações superfaturadas. Não fomos nós que trouxemos essa guerra para o nosso quintal. Mas ela está aí na porta, nos ameaçando o tempo todo.
Se eu precisar pegar no porrete para defender minha casa, minha família, minha vida e minha dignidade desses párias, o farei sem pestanejar. Não sou daqueles que oferece a outra face: só tenho uma para oferecer. O homem é um animal sem complacência, sem compaixão e sem limites. Entende o fim do seu território só quando começa o território do outro. Pois o cara que transpasse a minha cerca será alvejado por um pé 43. Republicanamente. Sem a menor dor na consciência. Só na careca. Vai encarar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário