As instituições brasileiras são sólidas. É o bordão mais fácil em qualquer tempo. E claramente correto, pois não há no mundo algo mais sólido do que as instituições daqui. Ninguém nunca notou a solidez de dinheiro em que encastelaram as ditas em palácios suntuosos?
Há por todo o país o poder instituído no estilo faraônico. Pode faltar água, hospital e escola, mas lá estão os símbolos da nobreza institucional do Brasil.
Cada prédio é um velho marco territorial do judiciário, do legislativo e do executivo. Sem contar os dos seus franqueados. Verdadeiramente a única democracia colonial do mundo.
Prédios gigantescos e uma multidão de atendentes públicos, que não servem, mas são bem servidos, impunes e imunes. E os grão-senhores, confortavelmente instalados, decidem sobre a vida, ou melhor, sobrevivência da multidão de pagantes de sua autoridade. Suas ordens, democraticamente leis, são apregoadas e defendidas pelos exércitos funcionais, de régia paga.
Não há como negar que o Brasil é impagável com seus privilegiados e burlescos poderes. Mas daí a chegar à seriedade que se exige para administrar, legislar e julgar o bem público e o direito cidadão, há um abismo de lorotas.
Luiz Gadelha
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