sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Livrai-nos do mal

Estamos às vésperas de mais uma carnavalesca "festa da democracia" assim denominada pelos maus intencionados. Ninguém vai, por obrigação, à festa a que não foi convidado muito menos a um convescote de pilantras conhecidos, sem ética desde criancinha.

As eleições, no Brasil, continuam a ser uma dádiva democrática dos políticos. A festança é deles, não do eleitor, ainda mero coadjuvante de presença obrigatória na peça marqueteira.

O Brasil democrático de hoje atua debaixo dos panos quando se trata de política e governança. O cidadão, traído a cada dia pelas falcatruas "legais", é o último a saber e o primeiro a quem se cobra a conta.

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A democracia da carochinha, praticada nas últimas décadas, se converteu em regra, quando deveria ser exceção. Candidatos, que na verdade só abrem a boca para dizer besteiras, divulgam a cantilena de defender o povo. Mentira manjadíssima, pois estão concorrendo para defender interesses próprios e dos camaradas. Se realmente cumprissem promessa, as cidades não estariam neste miserê nem edis e vereadores viveriam na bonança.

Nas cidades médias e pequenas, prolifera ainda o pós-voto de cabresto, ligado ao assistencialismo, às promessas de água, esgoto e asfalto, como se não fosse obrigação, mas dádiva, sem contar as melhorias na educação e saúde que ficam na propaganda eleitoral.

Os tempos são para pensar seriamente numa reforma política que privilegie o eleitor, o mais importante ator da democracia e não mero financiador deste Circo Brasil sem transparência e Justiça eleitoral andando de carona em carro de boi.

O fim da obrigatoriedade do voto, a extinção do Fundo Partidário, no qual todo mundo contribui para todos os partidores viverem à fartura, um basta às famigeradas coligações servirão para dar mais poder ao eleitor e a restrição da boquinha comissionada - compra de votos legalizada - são outras medidas para tirar o osso da cachorrada.

Há que se exigir urgentemente uma reforma para evitar que já em 2018 o eleitor não seja ainda uma peça no jogo dos poderosos. Os políticos, perdão, canalhas do Brasil devem ser postos no devido lugar de verdadeiros eleitos para servir ao povo, não dele se servirem. Se há mau eleitor, cretino como seu candidato, é porque foi amestrado e traz de berço o DNA da síndrome de Gerson (coisa que uma boa injetada de ética não cure). Uma faxina na legislação vai dar uma boa desratização e só continuará a ser exceção o bandido de raiz.

Quanto a domingo, comecemos a rezar para que as urnas despejem nas prefeituras e câmaras municipais menos calhordas e cretinos.

"Não nos deixeis cair em tentação e livrai-nos do mal"
Luiz Gadelha

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