Continuamos, então, com alto índice de analfabetismo, relações arcaicas de trabalho, mão de obra desqualificada, dependência tecnológica, péssimas condições sanitárias, insuportável desequilíbrio regional e vergonhosa desigualdade social. Os desacertos entre liberais e conservadores do Império estão reproduzidos hoje em “golpistas” e remanescentes do petismo, em meio a acusações de corrupção em todas as facções e desconfiança generalizada de cidadãos exauridos pelos tributos para financiar a vida nababesca de políticos e empresários aliados nos negócios com o Estado.
Se, em passado recente, sofremos os solavancos da ditadura militar e da hiperinflação, fomos premiados com a conquista do Centro-Oeste, o Plano Real e a modernização das telecomunicações. Houve momentos de otimismo, porque percorreríamos logo o caminho para a prosperidade. Os inimigos estavam, entretanto, prontos para sabotar o governo do momento, como a campanha petista contra o plano de estabilização econômica e o esforço da mídia para pespegar no presidente Itamar Franco rótulos depreciativos que minassem sua autoridade e seu prestígio ascendente junto à população.
Vivemos agora a pior crise econômica, e, mesmo assim, muitos grupos contestam a posse de Michel Temer e querem eleição direta, demonstrando que não respeitam a Constituição vigente. Preferem o casuísmo que não existe em Estado democrático de direito, porque a legislação deve primar pela objetividade que está acima de problemas ocasionais. Ou seja, esses segmentos apostam em soluções improvisadas, indicando que continuamos agindo como no século XIX e pouco interessados no futuro do país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário