quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Maior parte dos benefícios olímpico vai para comitê e empreiteiras

De todas as cidades que sediaram Olimpíadas nas últimas décadas, só Los Angeles não teve prejuízos, diz à BBC Brasil o pesquisador americano Stanley Engerman.

Professor de economia e história da Universidade de Rochester (Nova York), Engerman estudou o impacto dos Jogos nas contas das cidades que abrigaram as últimas edições do evento. Segundo ele, os ganhos das sedes costumam ficar bem abaixo dos seus gastos com a construção dos estádios e o cumprimento de exigências dos organizadores.

Os comitês que organizam as Olimpíadas e a Copa do Mundo agem como monopólios. Eles impõem condições muito duras. O discurso é: "Se você quiser sediar a Olimpíada, precisará desses novos estádios; se quiser a Copa do Mundo, terá que ter jogos em diferentes cidades e prover transporte para essas cidades". Enquanto houver vários competidores buscando sediar os eventos, eles tirarão vantagem
Los Angeles só escapou da tendência, diz o professor, porque já tinha quase todos os estádios prontos e conseguiu atrair vários investidores privados quando abrigou os Jogos de 1984.

Em entrevista à BBC Brasil, ele afirma que a Olimpíada de 2016 deverá dar prejuízo ao Rio e que, conscientes dos altos custos, cada vez mais cidades se recusam a participar das disputas para receber o evento.

Engerman, de 80 anos, leciona sobre a economia do esporte e do entretenimento e é reconhecido como um dos maiores especialistas nos EUA sobre os aspectos econômicos da escravidão.

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