Agora mesmo, debochando da renúncia de Eduardo Cunha (quando é mesmo que o meliante será preso?), a pseudoafastada Dilma Rousseff botou as mãos nas cadeiras (nas poltronas, seria mais exato dizer) e disparou: mulher não cede, mulher não renuncia. E o público feminista teve orgasmos múltiplos.
Nesse passo, me lembro daquelas listinhas “opressoras” que as mulheres passavam, mostrando diferenças de sexo (ou de “gênero”, como se diz na gíria atual) em expressões linguísticas praticamente equivalentes, onde o preconceito aparecia com nitidez. Tipo “homem público” e “mulher pública”, por exemplo.
Mas elas omitiam pelo menos uma coisa, sempre. Nunca comparavam os sentidos quase opostos de dois vocábulos fundamentais: machista e feminista. Machista era e é sinônimo de opressor escroto, agressor, etc. Feminista, ao contrário, designa a mulher libertária, que luta por seus direitos e a igualdade entre os sexos.
Aliás, algumas amigas que me citavam irritadas exemplos de “machismo” na língua portuguesa, tratavam de mudar de assunto quando eu lhes dava exemplos do contrário, a lembrar que dizemos a natureza, a humanidade e a Terra... E nós, homens, nunca nos incomodamos com isso.
É curioso. Os “oprimidos”, os historicamente “humilhados e ofendidos”, só selecionam coisas que enfatizam sua opressão. E só celebram frases reativas, como a da senhora Rousseff sobre a renúncia. Nunca enfatizam vitórias, nem frases e comentários claramente afirmativos.
Tudo como as mulheres que dizem que o machismo teve a sua parte no impeachment de Dillma, mas fingem que ficaram surdas quando fazemos nossos elogios a Angela Merkel – esta, sim, uma “mulher de verdade”, e bem diferente daquela do samba (e da nossa atual “afastada”), desde que jamais abaixaria a cabeça para lulas, dirceus ou pastores evangélicos.
Antonio Risério
Nenhum comentário:
Postar um comentário