Essa é uma parte de sua rotina diária, nos sete dias da semana. Outros momentos ele gasta tentando construir apoio na Câmara e no Senado, sem se esquecer de que o TSE se mantém aberto, em plantão de 24 horas, de todos os dias, dando boas-vindas às tão desejadas provas que suportarão (ou não) a cassação da chapa Dilma/Temer, eleita em 2014. Nada invejável, mesmo sabendo-se que Michel Temer, como vice, acordou todos os dias dos últimos anos com a esperança de se sentar na cadeira de Dilma, definitivamente.
O PT não o apoia, o PMDB se mostra dividido em acampamentos com bandeiras pró-Renan, Jucá, Requião, Sarney (pasmem) e até Eduardo Cunha (ainda solto); aquele grupo, que se habituou chamar de oposição, segue hibernado, sem nada produzir, nada propor, nada oferecer. Está na muda, por estratégia, especialmente no momento em que vêm se destampando na imprensa delações que atingem no peito nomes identificados como fortes líderes dessa facção. Ninguém sobra. A cena política transformou-se em uma grande arca de Noé: se tem bicho na proa, tem também no convés.
Literalmente, seguimos à deriva, assistindo o esforço que se faz para verter a atenção da sociedade para as revelações de delatores donos de segredos e detalhes que poucos conheciam. Uma semana se gastou para saber o que pensava Tia Eron sobre se Eduardo Cunha é ou não dono de uma mixaria depositada na Suíça para custear compras de sua esposa. São temas importantes, mas diversionistas, e os problemas nacionais seguem pressionando.
Não dormem os juros cobrados pelos bancos, a criminalidade que se amplia por falta de políticas de segurança dos governos, da mesma forma que seguem precários os serviços de saúde, a educação, a oferta de habitação. A cassação de Cunha, Tia Eron chegou e resolveu. Diante da inércia em que vivemos, quem se habilita a indicar caminhos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário