Não há dúvida de que o presidente errou muito na montagem do Ministério. Esperava-se que agisse como João Saldanha na seleção brasileira de 1970, logo ao assumir foi anunciando o time titular, que ficou conhecido como “As feras do Saldanha”, e se tornou a melhor seleção da história do futebol mundial, pois Zagalo manteve praticamente a equipe inteira.
O fato mais positivo é que, pela primeira vez na República, o Brasil passou a ter um governo compartilhado nestes moldes, com Temer conduzindo a política e a administração, enquanto o ministro Henrique Meirelles atua como uma espécie de premier econômico-financeiro, com toda autonomia.
Se o governo de Temer está claudicante, sem que ele possa mexer no time antes da confirmação do impeachment, a gestão de Meirelles caminha bem, até porque seria quase impossível conduzir a equipe econômica pior do que Guido Mantega, Joaquim Levy e Nelson Barbosa, uns verdadeiros trapalhões, que ajudaram a presidente Dilma Rousseff a levar o país a esse colapso.
O dólar deu uma travada, as exportações crescem, as importações diminuem, a indústria parece ter passado a respirar sem aparelhos. A inflação tende a diminuir, porque as vendas estão em queda, devido à redução do poder aquisitivo e ao desemprego, e os petistas não conseguiram derrubar a Lei da Oferta e da Procura.
É preciso entender que Temer é muito melhor do que Dilma e não há alternativa nem terceira via. Este negócio de plebiscito e novas eleições é uma tremenda enganação. Além de inconstitucional, não tem a mínima chance.
Dilma foi a catástrofe, um governo insano, movido na base da maquiagem das contas públicas, sob o apelido de “contabilidade criativa”. Na condição de falsa “doutoranda” em Economia, Dilma tentou inventar novas teorias econômicas. Chegou a dizer que a recessão não era problema, porque poderia ser superada com aumento da arrecadação, e mesmo assim não foi internada, continuou presidindo a República.
Com Meirelles à frente da economia, o país enfim pôde se livrar dos delírios da “doutoranda” Dilma Rousseff e cair na real. O clima já é outro, não há qualquer dúvida.
O próximo passo é o BNDES retomar os financiamento de projetos no Brasil, ao invés de apoiar a abertura de empregos e a criação de riquezas no exterior, como era a política absurda e criminosa de Luciano Coutinho à frente do banco que deveria ser de fomento.
Em sua meteórica gestão no BNDES, que durou apenas dois anos, o economista Carlos Lessa mostrou como pode ser incentivado o desenvolvimento econômico interno. Aliás, não há muito mistério nisso, basta apoiar projetos que realmente tenham interesse nacional, seja substituindo exportações, abrindo empregos ou desenvolvendo novas tecnologias.
É esse tipo de iniciativa que se espera do governo Temer, que ainda não pode ser considerado definitivo nem submetido a avaliações apressadas. Vamos ter um pouco de paciência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário