segunda-feira, 9 de maio de 2016

O último tango em Brasília

Naufragados na tristeza hoje veem em desatino, que um erro, um acidente, um desastre foi em nosso destino. Em nossa pobre vida pária, arrependimento. E nada mais.

Acompanhada de seus bacanas comandou o descaminho. Foi inepta, incompetente, e, sabemos, sem brilho. Errou tudo, principalmente onde não podia e não devia. Tarde agora para fazer sentido. Jamais voltará.


Mas se entregou ao jogo, enquanto interessava. Foi num tempo sem grandeza, quando tu, arrogante e imodesta, nos arrastava para pobreza de uma existência sem prazer.

Achava-se poderosa, bacana. A vida sorria em canto. Enquanto nos tratava como otários, brincava com a verdade, como um gato sem piedade que faz o rato padecer.

Hoje teus os olhos ficam cheios de promessas enganosas, dos amigos mentirosos, mercadores da ambição. Trazes na memoria registrada todas as farras do pecado, com delírios de grandeza, que hoje faz pena e tristeza. Tudo enraizado em ideias sem noção.

Nada temos a agradecer-te. Não estamos quites. Julgaremos o que fizeste quem ganhou, e quanto perdemos.

Pelos favores recebidos nós já pagamos muito caro. E se resta alguma conta esquecida em um canto, põe na conta dos otários que sempre te acompanharam.

Em todo este tempo, não houve triunfos. Nem mesmo passageiros. Somente promessas, mentiras, engodo. Por tudo isso passamos.

Que o chefão que te sustenta te acompanhe na jornada, em existência sem passeio, em ambiente sem luxos ou lisonjeio. Que os otários usuais te sigam sempre. Embora nem eles acreditem na tua inocência.

E amanhã, descartada como móvel velho, tua última esperança de retorno morrerá. Quando te faltar um auxílio, poderá somente lembrar o tempo no poder. Nem os amigos ouvirão seus pedidos. Que te digam os otários és uma boa mulher.

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