segunda-feira, 16 de maio de 2016

Menos da metade dos desenvolvidos têm Ministério da Cultura específico

Uma das grandes polêmicas do primeiro dia do governo Temer foi a fusão do Ministério da Educação com o de Cultura (e outras pastas). É impossível dizer o real impacto da decisão, mas o argumento de que tirar a Cultura de um ministério próprio vai na contramão da realidade do mundo não tem muita base.

Dos 34 países que fazem parte da OCDE, há um ministério da cultura específico em 15, entre eles França e México. A pasta divide espaço com outras grandes, como educação e esportes, em outros 12 países, como Reino Unido e Japão. O responsável pela cultura não está no primeiro escalão em sete governos, entre eles o progressista Canadá e o estado-quase-mínimo dos EUA.

Vale notar que a mudança em alguns países é recente. A Espanha e Grécia, por exemplo, fundiram o ministério da Cultura com outros após crises econômicas. Soa familiar?

Ter ou não um ministério específico pode ter um valor simbólico para muitas pessoas, e é natural que exista uma resistência a ideia de fazer o ministério voltar às asas da educação. É possível (necessário) ter uma discussão sobre os rumos da política governamental de cultura, já que muitas das bandeiras eram bastante associadas a ministros anteriores.

Por outro lado, os dados mostram que não há uma correlação clara entre um "ministério da cultura" e um país que favorece a cultura. Não é um prédio a mais ou a menos na Esplanada que decreta o sucesso de políticas públicas. Mas a discussão só está começando.

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