sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Silêncio de Dilma sobre seu líder Delcídio é ensurdecedor

A prisão de Delcídio Amaral é constrangedora não somente para a presidente Dilma Rousseff, que nunca escondeu sua admiração pelo envolvente parlamentar do Mato Grosso do Sul, a ponto de indicá-lo líder do governo no Senado, mas também para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que retirou o nome dele da lista de parlamentares a serem investigados por inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Na época, choveram críticas a Janot, inclusive aqui na Tribuna da Internet, porque já havia muitas evidências da participação de Delcídio Amaral em irregularidades na Petrobras desde o governo FHC, quando ainda estava no PSDB, partido a que esteve filiado entre 1998 e 2001.

Quando era tucano, foi diretor de Gás e Energia da Petrobrás, entre 2000 e 2001, exatamente na época do superfaturamento do gasoduto de Urucu, quando se tornou amigo e companheiro de Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, dois dos principais envolvidos na Operação Lava Jato.

Em 2001, Delcídio se aproximou do PT em Mato Grosso do Sul, filiou-se ao partido, foi nomeado secretário de Infraestrutura do então governador Zeca do PT, e na sequência, apoiado por ele, elegeu-se ao Senado em 2002. Era um dos neopetistas mais prestigiados, até ser abatido pelos gravadores do jovem Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor Internacional da Petrobras.


Até agora, nenhuma palavra do Palácio do Planalto sobre a prisão de DelcÍdio Amaral. Até quando vai durar este ensurdecedor silêncio da ainda presidente Dilma Rousseff em relação a um de seus parlamentares preferidos, que a representava diretamente no Congresso Nacional, na honrosa condição de líder do governo?

Dilma também não se defenderá da gravíssima acusação de Nestor Cerveró, que em suas anotações registrou que ela sabia de tudo sobre o escândalo de Pasadena? Na época, Dilma presidia o Conselho de Administração e convocou a reunião extraordinária para comprar a sucateada refinaria americana, um dia depois de a Diretoria ter recomendado que se fechasse negócio. Nunca antes na História da Petrobras o Conselho havia sido convocado extraordinariamente com tamanha urgência.

E agora, como Dilma pode continuar imitando Lula e dizer que não sabia de nada? Para a meia dúzia de iluminados que ainda acreditavam na “inocência” dela (todos os petistas são culpados, menos a “presidenta” Dilma…), é uma decepção terrível. Mas a vida é assim mesmo, traz uma decepção atrás da outra.

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