Outro perigo permanente é o cabeamento aéreo para eletricidade fornecida pela Cemig. Mantendo técnicas da primeira metade do século XX, ela impõe a Belo Horizonte, bem como a muitas outras cidades, transformadores e múltiplos fios em todas as vias públicas, apesar dos vários problemas que isso implica. A depreciação da rede pela exposição a intempéries é muito mais rápida do que em cabeamento subterrâneo. Seu patrimônio fica mais vulnerável à ação dos ladrões de cobre, o que pode interromper o fornecimento de energia à clientela devidamente cadastrada.
A empresa viabiliza também ótimo campo para que espertos de todas as classes sociais instalem “gatos” nos postes para reduzir sua conta ou mesmo ter esse serviço sem pagar por ele. Há ainda comprometimento da estética das cidades, pois o grande número de fios interfere na beleza das edificações, bem como das praças e dos parques, planejados para propiciar espaço agradável em território urbano. É indispensável enfatizar o mais grave: os riscos à integridade física de todas as pessoas por rompimento de cabos por desgaste ou impacto de qualquer natureza na rede. Isso é potencializado pela geração de faíscas elétricas por atrito de fios pelo movimento de galhos de árvores, quando há tempestade.
A tragédia em Mariana não inspirou, até agora, a adoção de medidas efetivas para recuperar o ecossistema naquela área nem reflexão sobre outros riscos na infraestrutura construída com descaso e inexplicável redução de custos no que realmente conta: a preservação da vida humana e da natureza em benefício de todos.
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