sábado, 14 de novembro de 2015

É a política, idiota

Do que adianta a fórmula econômica por mais brilhante que a seja se no cenário não há liderança politica confiável a lhe assegurar um rumo seguro?

O povão entende tanto assim de economia quanto se mostra entendedor de futebol?

O que se sabe nesta atual conjuntura é que o povão está detestando o Governo e odiando os políticos. O desprezo próximo a 100% está, assim, quase total.



E como, no brocardo, araruta tem seu dia de mingau também na politica como de resto na vida todo sabido tem o seu dia de bobo.

É bem possível que o Lula nem tenha atinado para o grande risco quando à maneira do antigo dedaço dos mexicanos benzeu a Dilma proclamando-a sucessora.

Sem saber ao certo como seria mesmo a Dilma Presidente, o Lula não deve ter pensado que o PT sendo na origem um partido revolucionário no formato do mexicano PRI fosse desistir do projeto, - aliás, muito comum a quase todos que chegam ao poder neste lado de baixo do Equador, - de ter nas mãos o Estado e suas instituições, aparelhando-os para um domínio de, pelo menos, 20 anos, o que seria até muita modéstia se comparados aos 70 anos de mandonismo sucessivo e absoluto do Partido Revolucionário Institucional, o PRI do México.

Todos que se aproveitaram da democracia querendo o poder do Estado para em seguida, valendo-se da mistificação das massas pela propaganda politica, suprimir por inteiro a pluralidade democrática, não alcançaram, felizmente para nós democratas, o seu desiderato final.

Lula teve a boa sorte, todos o sabemos, de no primeiro mandato manejar sua equivocada politica econômica mais focada no crédito fácil e no consumo do que na produção e investimentos em saúde, educação, ciência e tecnologia. Foi usufrutuário e esmerilador da herança bendita do Plano Real legado do Itamar e do FHC.

No segundo mandato, o apagão moral, as afrontas à ética e o descalabro da nova classe politica, trazendo à tona o mensalão e seus artífices e beneficiários a indicarem o rastilho aos propinodutos bilionários do petrolão resultante da diabólica aliança entre a ganancia de empreiteiros poderosos e donos de partidos políticos que à custa do dinheiro público atuam como pequenas em grandes negócios.

Por mais que estejamos cansados de saber, é sempre bom lembrar que foi o Lula quem inventou a Dilma. Não tem do que reclamar. Nós, o Povo em geral, fomos traídos quando o PT nos fez acreditar que tudo ia muito bem e que o criador e sua criatura se somavam numa coisa só como gente do bem.

No ultimo ano da Dilma, o “Volta Lula” se irradiava do PT aos outros partidos aliados. Ninguém sabe o que a Dilma disse em particular ao Lula para ele desistir rapidamente da candidatura poucas horas antes da reunião do PT em que ela se anunciou candidata à reeleição. A Dilma não gosta de politica, mas deu um nó daqueles num especialista como o Lula.

O primeiro quadriênio da Dilma já se revelara uma catástrofe política. Sobre economia quase nada se falou na campanha. Houve nos dois lados muita omissão, quer dizer, mentira que se disfarça em silencio. O tubarão da politica – aquele que se não come estraga - já fizera na economia grandes estragos.

Agora o Lula, que tem sob sua batuta a Casa Civil e a Coordenação Politica do Governo, cuida de desestabilizar o Levy, Ministro da Fazenda, querendo o lugar para o Meireles.

Ou seja, a intuição do Lula nos faz intuir que no Brasil hoje aquela advertência de James Carville, decisiva para Bill Clinton ganhar o primeiro mandato de Presidente dos Estados Unidos – “é a economia, estúpido” , – tem agora outra versão – “é a politica, imbecil”.

Edson Vidigal

Nenhum comentário:

Postar um comentário