O problema está em que o PT é governo, ou era, depois da declaração da presidente Dilma sobre divergências de opinião entre eles. Sendo assim, prevê-se que nem o partido se esforçará pela aprovação da nova CPMF, imposto do cheque destinado a penalizar todo mundo, ricos e pobres, indiscriminadamente. O projeto pode considerar-se derrotado.
Vivêssemos no parlamentarismo e seria caso para renúncia, mesmo faltando ainda três anos, dois meses e dez dias para o término do mandato presidencial. Impossível se torna impor o novo imposto por decreto. Antes, o Congresso teria que ser fechado, e a Constituição, rasgada. Mas com que apoio, se vai perdendo o próprio partido que patrocinou sua eleição?
Madame está na situação de, se ficar, o bicho come. Se correr, o bicho pega. Poderia desistir do projeto, mas com que alternativa? Já cortou o diabo no orçamento, inclusive em planos sociais, orgulho do PT, além de investimentos em educação e saúde pública. O desemprego em massa iniciou vasta temporada, somando-se a deflagração de greves variadas, atingindo transportes, escolas e hospitais em todo o país. A violência assume proporções olímpicas, nos setores rural e urbano. O crime organizado amplia seus espaços, paralelo à corrupção desenfreada que envolve a classe política, o alto funcionalismo público, as empresas estatais e a iniciativa privada.
Em suma, só e abandonada, Dilma carece de capacidade de recuperação e até de rotas de fuga. Milagres estão fora de moda. Mágicas, também.
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