Desvendam-se os véus que envolviam o governo do ex-presidente, tornando inevitável que no mínimo ele venha ser chamado a esclarecer cada episódio. São questão de tempo seus depoimentos na Polícia Federal, no Ministério Público e no Judiciário. Objeto de delações premiadas e de comentários que fluem de asseclas temerosos de condenações, o grave é que sucedem-se provas materiais da participação do ex-torneiro-mecânico. O resultado está na queda de sua popularidade, atestada por pesquisas recentes.
Turbulência igual raras vezes se viu na trajetória do PT e do grupo há treze anos incrustado no poder. Surgem sempre novos personagens e seus malfeitos, daqueles que multiplicam a rejeição, tanto a culpados quanto a porventura inocentes participantes do movimento um dia tido como de regeneração nacional. O cidadão comum nivela por baixo os companheiros. Se nem o Lula escapa, a previsão é de fim de um ciclo.
A ser substituído por quem ou por quê? Haverá alternativas no meio político? Um partido imune à lambança cada dia mais exposta? Uma corporação formada à margem da realidade que nos assola? E com que propostas capazes de promover mudanças fundamentais, como se imaginou o papel do PT?
Quem quiser que aponte rápido, sem salvadores da pátria nem bandeiras truculentas, muito menos viagens ao passado. Caso se realizem, as eleições municipais do próximo ano funcionarão como ensaio geral de 2018, se chegarmos até lá. Mas desde quando se estabeleceu que eleições resolvem, sem estruturas renovadoras, com as mesmas forças de sempre?
Em suma, nada de novo apareceu até agora, saído dos escombros e dos porões onde se tenta sobreviver.
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