O PSDB, hoje o principal partido de oposição ao governo, simplesmente lavou as mãos e, em peso, votou pela derrubada dos vetos. Votou contra convicções que sempre nortearam o partido, como a fixação de regras mais rigorosas para concessão de aposentadorias, bandeira valorizada no governo FHC como essencial à saúde do sistema previdenciário. Aliás, o ex-presidente Fernando Henrique convocou sem êxito deputados e senadores de seu partido à reflexão de que “nós temos que pensar no futuro do país. Há outras matérias que você pode votar contra”, buscando alertar seus pares para a irresponsabilidade de se tratar como uma posição meramente política os problemas que agravarão sem medidas o já debilitado caixa com o qual o país hoje conta. O Brasil estará irrecuperavelmente falido se os vetos caírem, e, mesmo assim, recebeu do presidente do PSDB, o senador Aécio Neves, a resposta de que “quem foi eleito para governar e para dar solução a essa crise foi o governo do PT”. Esse assunto não é comigo, deve pensar o senador e seu partido. É com o Brasil.
Essa é a nota tônica do pensamento do Congresso brasileiro, que parece enxergar-se na ilha da fantasia, onde não estão o desemprego, a alta de preços, o enxugamento da atividade econômica, a burocracia burra e onerosa que dificulta e inibe o desenvolvimento. Lá também não está uma carga tributária que esfola todos os brasileiros pela sua exorbitância, corroendo a produção e levando significativa parcela de seu conjunto para os cofres do governo, que gasta sem controle e sem respeito pelo trabalho de seus cidadãos. Não há salvação nem futuro, seja qual for o partido que venha a ocupar os próximos governos, se os gastos públicos não forem administrados, se não promovermos a redução do tamanho do Estado, para que a desordenada majoração das tarifas públicas não siga sendo instrumento para engordar caixas e estimular a inflação. Não há futuro se não tivermos produção com produtividade, com eficiência e competitividade. Não há futuro sem grandeza e responsabilidade.
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