Quando o país não possui essa reserva, ou esse colchão de proteção cambial, tem de pedir emprestado à organizações multilaterais. O mais comum é o Fundo Monetário Internacional (FMI), submetendo-se aos juros cobrados pelo banco. É um custo a mais, neste caso.
Agora, se faltam as reservas e estas são formadas por empréstimos junto ao FMI, que geralmente são em montantes não muito significativos, o Banco Central fica obrigado a aumentar os juros para manter o fluxo positivo de dólares em relação ao país, de modo a resguardar a pouca reserva monetária em dólares disponível.
Ou seja, o país fica refém do empréstimo junto ao FMI, e é obrigado a fazer uma política contracionista, isto é, de inibição de investimentos e indutora da recessão.
Ainda temos reservas em quantidade suficiente para nos dar a autonomia na condução da política monetária, isto é, nos permite praticar uma taxa de juros baixa, que estimule o consumo, a produção e o investimento.
Mas, o que ocorreu, então? Por que estamos praticando uma taxa de juros de duas casas decimais se temos reservas suficientes?
Não é problema com as reservas e sim com o excesso de despesas públicas na política fiscal expansionista de Dilma. Esse excesso de despesas e a expansão do crédito fizeram a base monetária se multiplicar, isto é, aumentou o volume de dinheiro em circulação, ou a velocidade de circulação da moeda.
A velocidade de circulação da moeda dada pelo excesso de despesa do governo e do volume do crédito – tanto público quanto privado -, assim como o represamento artificial dos preços arbitrados pelo governo, fez criar uma pressão inflacionária improrrogável já no final de 2014. Essa pressão inflacionária obrigou o Banco Central a elevar a Selic (taxa básica de juros) para conter o excesso de dinheiro em circulação, pela restrição do crédito dado tanto para consumo quanto para investimento.
Então, veja, não é problema nas reservas. Nós, ainda as temos. Se bem que não sabemos se haveremos de ter por muito tempo, porque a perda de grau de investimento pelas agências de risco e a possível subida de juros nos Estados Unidos pode nos expor a um ataque especulativo e nós sermos obrigados a queimar nossas reservas para conter uma ultradesvalorização cambial.
Nosso problema foi, literalmente, criado por erro de gestão de política fiscal, isto é, pela exacerbação da despesa pública, realizada para sustentar o jogo político de poder da agremiação petista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário