sexta-feira, 18 de setembro de 2015

De tanto falar a respeito, Dilma ajuda a tornar impeachment coisa natural


O impeachment da presidente Dilma Rousseff avançou, ontem, duas casas.

A primeira com a entrega a Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, de informações adicionais ao pedido de impeachment feito pelo jurista Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT.

Segundo Miguel Reale, jurista ligado ao PSDB, foram incluídos no pedido de Bicudo dados sobre as “pedaladas fiscais” e decretos do governo Dilma sem suplementação de recursos, o que configuraria crime de responsabilidade.

Na ocasião, ao seu modo, Eduardo prometeu ser ágil:

- Nunca se pode pedir a um juiz o momento em que ele vai dar sua sentença. Não tenho prazo, mas é óbvio que não vou ficar a vida inteira para responder. Não o farei de forma leviana.

A segunda casa ocupada pelo impeachmenjt se deu com a decisão da ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral, que liberou para análise em plenário um processo movido pelo PSDB em que o partido pede a cassação do mandato de Dilma.

Correm ali quatro pedidos de abertura de processos contra Dilma. E já há maioria de votos de ministros favorável a abertura de um deles. Nesse, Dilma é acusada de ter abusado do poder político e econômico para se reeleger no ano passado.

Dilma está nervosa com tudo isso. Pelo terceiro dia consecutivo, chamou de golpe qualquer tentativa de removê-la da presidência. Alega que jamais impediu que a polícia e o Ministério Público investigassem casos de corrupção. E diz que nada fez de errado.

A insistência de Dilma em tratar do assunto em público contribui para banaliza-lo. Retira o ar de gravidade que o cerca. A discussão a respeito torna-se algo natural. Para Dilma, perigosamente natural.

Ao fim e ao cabo, é tudo o que desejam a oposição e aqueles que enxergam vantagens para o país no eventual impeachment dela.

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