A irresponsabilidade fiscal, que sempre foi malvista pelo petismo, quebrou o Brasil. Levou-nos ao descrédito internacional. Pôs sob risco o grau de investimento do país. Constrangeu o governo a apresentar ao Congresso um inédito orçamento deficitário para o ano de 2016. Com isso, está obrigando o governo a buscar novas fontes de receita (leia-se "tomar-nos mais dinheiro pela via tributária").
Pois é nesse contexto que eu acabo de ler, no Estadão de hoje, 4 de setembro, que a "Petrobrás corta viagens e festas para poupar R$ 12 bilhões". No conteúdo da matéria vê-se que os cortes não atingirão apenas viagens e festas, mas incluem, entre outros, aulas de idiomas, brindes, programas de visitas, uso de veículos para necessidades não operacionais, participação em congressos, seminários e fóruns. E nem uma palavra sobre as periódicas e inúteis enxurradas publicitárias que inundam os grandes meios de comunicação. É também nesse contexto que, no mesmo jornal, lendo editorial com o título "O irrealismo do judiciário", fiquei sabendo que o STJ e outros sete Tribunais Regionais do Trabalho encaminharam ao Conselho Nacional de Justiça anteprojetos que criam 1,5 mil cargos de natureza técnica e outro tanto em funções comissionadas! Nada diferente dos aumentos e regalias autoconcedidos. E nada diferente do ânimo criador de caso que tem levado a Câmara dos Deputados a aprovar projetos que elevam sobremaneira o gasto público. O governo, por conta própria, fez tudo que estava ao seu alcance para afundar o país. Não precisa de sugestões nem de auxílio da oposição.
Eis o que me leva ao título deste artigo. Beberam? Cheiraram? Não podem, as instituições da República, estar em seu estado normal. Poupem-nos de seu convívio. Vão se tratar e voltem quando estiverem restabelecidos.
Percival Puggina
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