O que chama atenção é a organização.
A ordem unida das entidades chapa-branca (todas elas, é sempre bom lembrar, com patrocínios oficiais), com farta distribuição de bandeiras e cartazes produzidos em série nos pontos de concentração, dá o ar de coisa ensaiada. Um mesmo cenário que acaba por pasteurizar as manifestações.
Nos atos de domingo, nem o sentido das passeatas pareciam pré-combinados. Na Avenida Paulista, enquanto alguns iam para um lado, outros iam para outro. Cartazes escritos à mão, bandeiras do Brasil de vários tamanhos; dezenas de camelôs vendendo bandanas, broches e todo tipo de adorno verde-amarelo.
Mais do que no tamanho e na capilaridade de uma e de outra, a maior diferença está naqueles que têm crença e apostam que podem fazer a História e nos que se deixam manipular pelos que se arvoram a ser - e acham que são - os únicos capazes de fazer a História.
Mary Zaidan
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