A exortação aos brasileiros “de bem” para que tenham a ousadia dos “canalhas” para tirar o país da crise política, econômica e financeira é bastante oportuna e soa como alerta geral.
O recado partiu de uma das mais altas autoridades, a ministra Cármem Lúcia, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), daí sua importância e significado. A carapuça, com certeza, vai servir pra muita gente.
A tarefa de reconstrução do país não será nada fácil, pois a cada dia, quando muitos imaginam que as investigações da operação Lava Jato estão caminhando para o fim, novos escândalos se sucedem, alimentando a perplexidade geral.
Em meio ao interminável rosário de desvios de verbas em todos os níveis e em todos os cantos do país, uma espécie de bolsa de apostas parece estar instalada nos corações e nas mentes.
Não é raro, atualmente, ouvir gente fazendo prognósticos os mais variados possíveis e, às vezes, até tentando interferir por meio de recados nas redes sociais com avaliações nos campos da política e da economia.
Entre essas avaliações, a mais recente é sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, denunciado, juntamente com o ex-presidente Fernando Collor, ao Supremo por recebimento de propinas.
Há os que apostam na permanência de ambos no Congresso, bem como há os que acham que, se Cunha sair, a presidente Dilma poderá enfrentar até mais dificuldades no relacionamento com os congressistas.
Talvez seja melhor lidar com um Eduardo Cunha enfraquecido do que ver surgir na presidência da Câmara um oposicionista ferrenho e com autoridade preservada disposto a torpedear projetos.
Outra vertente das apostas diz respeito à própria Dilma, que poderia sofrer um processo de impeachment. Nesse caso, o recado de Cármem Lúcia tem endereço certo. O brasileiro de bem precisa posicionar-se ao largo da mera disputa ideológica e arregaçar as mangas visando à reconstrução do país.
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