A simples admissão de que poderá retirar essa decrépita múmia do sarcófago, significa um contundente sinal de fraqueza e de incompetência econômica e política, emitido pelo governo.
Nove em cada dez economistas brasileiros não acreditam de que tal malfadada ideia tenha partido de Joaquim Levy, avesso que é nosso Ministro da Fazeda a ortodoxias, exotismos e a pedaladas, ainda que disfarçadas.
O Brasil e nós, brasileiros e brasileiras, já nos submetemos a uma carga tributária elevada, comparável somente à dos países escandinavos. Em troca, recebemos serviços (em todos os níveis - federal, estaduais e municipais –) da mais baixa qualidade.
As razões dessa distorção nós contribuintes as conhecemos bem: gigantismo do setor público, ineficiência generalizada, corrupção e falta de seriedade. Em resumo, nosso grande problema não é o da falta de dinheiro, é o da falta de vergonha, da incapacidade de gestão.
Ajuste fiscal não pode ser sinônimo de extorsão tributária. A regra fundamental para se lidar com tempos de vacas magras é bem conhecido de todos: O dinheiro torna-se escasso? Cortem-se os gastos. Faça-se o dinheiro disponível render mais!
Dizer que o dinheiro da CPMF se destina ao setor de saúde é uma balela; seu objetivo será mesmo o de reforçar o caixa de um Tesouro que se acostumou a gastar sem limites . No ano passado, ano eleitoral convém sempre lembrar, o governo gastou 80 bilhões de reais sem cobertura orçamentária, o que contribuiu para o sério desajuste das contas públicas.
Tudo o que se fizer daqui para frente, para retirar dinheiro das pessoas e das empresas, transferindo-o para o governo, é um atentado à lógica e ao bom senso. Desemprego, em última instância, é falta de consumo. E falta de consumo é falta de dinheiro. Dinheiro que saem dos já surrados bolsos das famílias para cobrir as mazelas do setor público.
Nossos juros básicos estão a 14% ao ano; no resto do mundo estão próximos a zero. Aqueles que produzem, no Brasil, são considerados meramente como tetas.
As invencionices, no passado, levaram o Brasil à hiperinflação e à inviabilidade financeira. Não é possível que não tenhamos nada aprendido.
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