domingo, 9 de agosto de 2015

Brasil, primeiro a economia

A crise política e econômica brasileira piorou nas últimas semanas. A nova detenção de José Dirceu, homem forte do primeiro Governo Lula – em prisão domiciliar por sua participação no caso Mensalão (o suborno de deputados pelo PT em troca de seus votos), e implicado agora no escândalo de corrupção da Petrobras –, foi seguida por uma pesquisa que coloca a presidenta, Dilma Rousseff, como a líder mais impopular da história da democracia – sua gestão é desaprovada por 71% – e de uma derrota do Executivo no Congresso para a qual contribuíram com seus votos os próprios deputados do partido no poder: foi aprovado um aumento salarial para os altos funcionários que vai na direção oposta à política de austeridade que Rousseff tenta aplicar.

Os três fatos confirmam o descrédito do PT e o isolamento da presidenta em um momento crucial para que o Brasil corrija o rumo e volte a crescer. Mas também aponta dois fatores que podem ser decisivos para sair do atual marasmo. Primeiro, é preciso destacar que nas listas da Operação Lava Jato há nomes de todo o arco parlamentar, e é que a relação muito confortável entre empresários e políticos quando se trata de adjudicação de contratos foi um segredo conhecido no setor público desde os tempos do Império. O fato de que a Justiça esteja conseguindo revelar essa rede, não só prendendo os supostos corruptos, mas também os supostos corruptores, dá um bom sinal do funcionamento de uma instituição na qual o povo brasileiro nunca confiou.

Em segundo lugar, com uma presidência atacada e paralisada, a busca de consenso político no Congresso ganha uma importância crucial. A prioridade do Parlamento deveria ser tomar as medidas necessárias para que a recessão não se prolongue por mais tempo. As outras agendas de suas senhorias poderiam, sim, esperar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário