segunda-feira, 15 de junho de 2015

Da boa governança a má governanta

Eventualmente, algum sociólogo, historiador ou arqueólogo explicará. Em retrospectiva, claro. Afinal, em retrospecto, todos os absurdos fazem sentido. Especialmente em uma nação especializada em explicar, eloquente e coerentemente, as razoes pelas quais ela não ocupa o lugar que julga merecer na ordem natural das coisas.

O diabo é que simplesmente encontrar formas elegantes de justificar fracassos não resolve nada. Não ajuda no presente. Não promete um futuro. Apenas serve de desculpa. E, nestes tempos, nem mesmo as desculpas fazem mais sentido.

Não da para entender nossa obsessão com culpar os outros. A perturbadora e aparentemente inevitável autocritica a favor. O escracho e o desrespeito pela inteligência alheia. Crivada de autoelogios. Alimentada pelo delírio. Temperada com cinismo.

Enquanto a gente administra a imagem e tenta explicar o irrelevante, em outros lugares, o pensamento é reservado à solução de problemas concretos. Reconhecem que o presente é a matéria prima com que são fabricados futuros. Melhorar o presente, olhando para o futuro, é, portanto, a missão mais nobre de cada geração.

Bom governo não é direito adquirido. É conquista diária baseada em trabalho constante de supervisão e controle pela população de seus governantes. Boa governança é o que resulta deste derramamento diário de suor.

Imperfeitos que possam ser, governos são retratos das populações que representam. Portanto, a melhor maneira de obter um bom governo é fazer a escolha correta na eleição. E, depois da eleição, acompanhar e fiscalizar sem descanso, as ações dos eleitos. Assim é a democracia.

Escolher errado custa caro. Quando acontece, ao invés de boa governança, convive-se, por anos, com más governantas.

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