terça-feira, 12 de maio de 2015

Marx e Engels serão reconhecidos como benfeitores da humanidade

É impressionante como o mundo evolui tecnologicamente numa velocidade assustadora, mas politicamente se mantém estagnado. As discussões sobre capitalismo e comunismo já deveriam estar totalmente sepultadas, mas continuam despertando emoções, como se ainda estivéssemos em meados do século XX, em plena guerra fria. Chega a ser patético.

A evolução da humanidade atingiu tal ponto que hoje a discussão política precisa ser travada em outros moldes, mais consentâneos com a realidade da vida, sem essa conversa fiada de direita e esquerda, porque está mais do que provado que capitalismo e comunismo, em suas concepções originais, já estão completamente superados.

A teoria de Karl Marx e Friedrich Engels, concebida em 1848, provocou uma revolução intelectual e se transformou num marco na História da Humanidade. Quase dois séculos depois, é preciso entender que a principal consequência do Manifesto do Partido Comunista não foi a difusão da possibilidade de haver um regime político-administrativo mais humano, justo e igualitário. O resultado mais notável da genialidade de Marx e Engels seria outro, que eles jamais haviam imaginado — a evolução do capitalismo rumo ao Estado de Bem-Estar Social (Welfare State).

Na prática, depois da Revolução Russa, foi a ameaça do comunismo se espalhar pelo mundo que obrigou o capitalismo a ir progressivamente se reciclando, com abrandamento da exploração do homem pelo homem que Marx e Engels tanto denunciaram. Pouco a pouco, os países ocidentais mais desenvolvidos foram aperfeiçoando os direitos trabalhistas e as regras de amparo social, com adoção de salário mínimo, férias, assistência médica aos carentes, educação pública, aposentadoria e pensão.

Embora muitas nações continuem vivendo em condições medievais e a metade dos 7 bilhões de habitantes do planeta ainda esteja em situação de abandono, com dificuldades de sobrevivência, não há dúvida de que o capitalismo já teve uma evolução verdadeiramente extraordinária e a Humanidade conseguiu esboçar um regime político-administrativo que no momento pode ser considerado ideal, adotado na Escandinávia e que tende a ser aceito universalmente.

Portanto, o que se deve debater hoje, no Brasil, é a forma de evoluirmos para atingir o estágio político-administrativo dos países nórdicos, que estão no ápice das estatísticas em termos de qualidade de vida (IDH – Índice de Desenvolvimento Humano), estabilidade econômica, educação pública, assistência médica e justiça social.

Este é o grande desafio, porque o Brasil ainda está muito longe do patamar alcançado pelos escandinavos, que conseguiram um fabuloso progresso econômico e social,apesar de viverem sob condições climáticas adversas. Nos países nórdicos, as instituições públicas e privadas convivem em harmonia, a livre iniciativa é respeitada, os três poderes funcionam, a ninguém é dado o direito de enriquecer na política ou na administração pública, não existe abismo entre o menor e o maior salário, essas nações não estão dominadas pelo sistema financeiro.

É claro que os escandinavos não atingiram a perfeição. Uma das falhas ainda existentes, por exemplo, é a assistência médica de qualidade inferior para quem não possui plano de saúde. Outro problema é a necessidade de aprimorar a educação pública. Mas isso é fácil de resolver, e fica evidente que os próximos passos serão a universalização do atendimento médico-hospitalar e a garantia de um ensino gratuito de qualidade para todas as crianças e jovens.

Marx e Engels jamais poderiam imaginar que houvesse esta maravilhosa evolução do sistema capitalista, assim como nem desconfiavam que a adaptação de suas ideias acabaria provocando esses importantes avanços, que um dia o Brasil haverá de alcançar, para felicidade de nossos filhos, netos e bisnetos.

Agora, discutir capitalismo e comunismo nos dias de hoje, francamente, é uma tremenda perda de tempo.

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